sexta-feira, 26 de março de 2010

Estudo da NASA conclui que não ocorreu resfriamento na década passada [ M.C.G.]

Uma análise detalhada da temperatura do ar e do mar em todo o globo por climatologistas da NASA mostram que a Terra não teve uma tendência de arrefecimento (resfriamento) durante a última década é esta continuando a ficar mais quente a uma taxa de aproximadamente 0,3C por década. Os cientistas da NASA, ligados ao Goddard Institude for Spaces Studies afirmam que o aquecimento tem continuado, apesar do Sol estar em um período de mais baixa ativadade do no século. O estudo ainda não foi publicado em períodicos, mas já foi encaminhando, segundo James Hansen. Em uma das conclusões os autores observaram que apenas um dos ultimos 10 invernos e dois dos últimos 10 verões as temperaturas estiveram abaixo da média no período estudado.
Apesar do inverno rigoroso na porção oriental americada e partes da Europa, 2010 tende a ser, provavelmente o ano mais quente já registrado. Bom de fato estamos com o El Niño ainda configurado nos dias atuais, os oceanos atlânticos N e S com temperaturas acima da média em várias áreas (comentado em artigo anterior), além disso o Pacífico também tem apresentado altas temperaturas no HS, abaixo da área de configuração do El Niño. Então em termos globais, realmente estamos com temperatuas bem altas.

A análise da Nasa contradiz um estudo de uma pesquisadora muito respeitada nas Ciências Atmosféricas, Susan Solomon e outros altores do National Center for Atmospheric Research. Esse estudo alegou que a tendência das temperaturas da superfície global "tem sido praticamente estável desde a década de 1990" - uma alegação que os cientistas da NASA dizem que é contestada pelos dados mais recentes.

 Figura 1. Anomalia de temperatura global (em vermelho média para 5 anos, em azul média para 11 anos,  para minimizar os efeitos da flutuação de curto prazo). Fonte: Goddard Institute for Space Studie - Yale University

3270 raios atingem o Ceará em 12 horas [Curiosidades]

Ainda ontem eu lecionava em sala de aula um ponto de curiosidade na disciplina de Classificações Climáticas em que eu comentava sobre a formação de descargas elétricas atmosféricas (raios) e trovões. Hoje vejo esta matéria na internet e trago a vocês. Mais uma curiosidade da atmosfera.

3270 raios atingem o Ceará em 12 horas

Estrondos e clarões marcaram a madrugada e a manhã de ontem. Culpa dos 3.270 raios que caíram por todo o Estado. Segundo o Sistema de Monitoramento de Descargas Atmosféricas, da meia-noite de quarta até as 12 horas de ontem, as regiões Norte e Sul do Ceará foram as mais atingidas. Granja foi o município onde houve maior quantidade de raios, 320. Em seguida, vem Bela Cruz, com 253, e Acaraú, com 170. A capital cearense registrou 15 raios, mas só 12 milímetros de chuva. Os dados são obtidos pela Companhia Energética do Ceará (Coelce), por meio de um programa desenvolvido pela Universidade Estadual do Ceará. A auxiliar de informática Alane Pereira, 36, foi uma das muitas pessoas que acordaram assustadas na madrugada de ontem. ``Não teve como dormir tranquila depois com os clarões e barulhos provocados pelos raios e trovões``, diz. A quantidade de raios ontem foi bem superior à média deste ano. De janeiro até esta última quarta-feira, o sistema apontava 12.359 raios no Ceará. Com os raios de ontem, agora são 15.629. O aumento significativo na incidência de raios na madrugada e manhã de ontem é justificada pela formação de nuvens tipo cumulus nimbus. De acordo o meteorologista Paulo Barbieri, essas nuvens se caracterizam pelo grande desenvolvimento vertical, contribuindo para a ocorrência de raios e trovões. E estão cobrindo todo o Ceará. A previsão é de mais raios para os próximos dias. Por isso, é importante redobrar os cuidados. O capitão Giuliano Rocha, da equipe de vistoria do Corpo de Bombeiros, alerta para a manutenção anual dos para-raios. Prédios com altura superior a 12 metros ou áreas construídas superior a 750 metros quadrados são obrigados a instalar para-raios, segundo norma técnica do Corpo de Bombeiros. O equipamento atua como um sistema de proteção contra relâmpagos, promovendo um caminho para que a descarga atmosférica possa fluir, sem danos, para o solo. O raio atinge o captor do para-raio e segue pelas descidas (cabos de cobre), sem tocar no prédio, até o chão, onde a energia é dissipada pelo solo. Segundo o professor de física Sales Ávila, a boa manutenção do equipamento garante segurança na área, já que o raio procura o lugar mais próximo das nuvens para descarregar energia. A responsável pela área de Normas e Procedimentos da Coelce, Keyla Sampaio, acrescenta também que durante a incidência de relâmpagos e trovões, a população deve desconectar os aparelhos da tomada, não manipular objetos metálicos, evitar o banho de chuveiro elétrico ou em praia, lagos e rios. ``Ficar embaixo de árvores ou de qualquer outro lugar que tenha a forma pontiaguda também é perigoso``, orienta Keyla.

(Fonte: De olho no tempo, com informações O Povo)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Mudanças do clima é apenas uma parte dos nossos problemas [Série M.C.G.]

U of M expert says Earth's health reaching critical tipping point, and climate change is just one of the problems : UMNews : University of Minnesota

As mudanças climáticas é apenas uma parte dos problemas. O prof. John Foley escreveu um artigo que alerta para que seja dada a devida importância para outros problemas ambientais.

"Com as mudanças climáticas na frente e centro das atenções dos debates políticos atuais, outros indicadores da saúde ambiental da Terra não estão no topo das discussões para a concientização pública."

O autor cita a perda da biodiversidade, uso da terra, uso de água potável, ciclos do nitrogênio e fósforo, ozônio estratosférico, acidificação dos oceanos, poluição química e concentração de aerosóis na atmosfera, além das mudanças climáticas.

De fato, ele tem razão, sobretudo porque todos estes problemas ambientais acima, também estão ligados na ação do aquecimento global diretamente ou indiretamente. O foco do trabalho dele não é dizer qual é mais importante, mas que devemos trabalhar em todas as direções, não apenas uma. E ele tem grande razão, na verdade sempre busco este caminho, até porque muitos dos problemas ambientais citados resultam em impactos já na atualidade e não apenas projeções para 20, 30, 40,...,100 anos como as mudanças climáticas, ou seja, precisamos agir em todas as direções AGORA.


Matéria clompleta com vídeo no link abaixo.

http://www.scientificamerican.com/blog/post.cfm?id=is-earth-past-the-tipping-point-2010-03-18

sábado, 20 de março de 2010

Revisão dos novos livros de Gore, Hansen, Schneider e Helm/Hepburn - por Roger Pilke Jr. [Série M.C.G.]

A revista Nature desta semana publica uma revisão dos livros de Al Gore, Jim Hansen, Steve Schneider e Dieter Helm e Cameron Hepburn. A revisão completa está disponível gratuitamente (não sei até quando) aqui neste endereço.
A revisão foi escrita por Roger Pilke Jr., Prof. da Universidade do Colorado, estudioso de modelagem climática desde a geração familiar antecessora.


O artigo, obviamente, está em inglês, mas vai um pequeno aperitivo para vocês:
Juntos, estes quatro livros destacam que a política climática está numa encruzilhada. A jornada até agora tem enfatizado a ciência e a exortação: que os fatos, falado em voz alta o suficiente, são suficientes para vencer a discussão. Esse caminho tem conseguido levar a mudanças climáticas para a atenção dos tomadores de decisões políticas e ao público como um importante problema global. Ao mesmo tempo, essa abordagem tem mostrado suas limitações. A ciência climática tornou-se profundamente politizadas e a política climática está num impasse. A mudança climática está em risco de se tornar uma questão de política cultural, semelhante à evolução do debate nos Estados Unidos e noutros países. Se o clima de debate político é para continuar como está, devemos esperar mais do mesmo (Tradução do Blog de Roger Pilke Jr.).

Os quatro livros resenhandos são:
Livro resenhado-Our Choice: A Plan to Solve the Climate Crisis (Nossa escolha: Uma estratégia para resolver a crise climática)por Al Gore
Rodale Books: 2009. 416 pp. $26.99

Livro resenhado-Storms of My Grandchildren: The Truth About the Coming Climate Catastrophe and Our Last Chance to Save Humanity (Tempestades dos meus netos: A verdade sobre a catástrofe climática Vinda e nossa última chance de salvar a humanidade)
por James Hansen
Bloomsbury E.U.A.: 2009. 320 pp. $25, £18.99

Livro resenhado-Science as a Contact Sport: Inside the Battle to Save Earth's Climate (A ciência como um esporte de contato: Dentro da batalha para salvar o clima da Terra)Stephen H. Schneider
National Geographic Society: 2009. 304 pp. $28

Livro resenhado-The Economics and Politics of Climate ChangeEditado por Dieter Helm e & Cameron Hepburn
Oxford University Press: 2009. 400 págs. $55

Aqui eu traduzo alguns trechos da revisão.
Em A Nossa Escolha, Gore especula sobre como uma futura geração deve olhar para trás para escolhermos nossas decisões. Escrito, antes de Copenhague, ele lançou suas apostas sobre o acordo que ele acreditava que seriarealizado , chamando-o histórico, mas insuficiente. Ele esperava que a reunião seria vista como o início de uma mudança global nas atitudes, amparado pela legislação da E.U. que foi aprovada na véspera da conferência. Claramente, a avaliação de Gore estava longe de ser o colapso diplomático que ocorreu. Observadores ainda estão tentando entender o que aconteceu e o que deve vir em seguida.
Sem pensar nos prejuízos de Gore, apesar do seu subtítulo, o livro é um plano "para resolver a crise climática". Ele fornece uma visão colorida de tecnologias de baixa emissão de carbono - eólica, solar, nuclear - e discute os aspectos do sistema Terra, como as florestas e da população, que estão relacionados com o problema do clima. Ele não quantifica essas tecnologias e práticas que podem vir juntos para descarbonizar a economia global, através de mecanismos que política e em que escala de tempo. É chocante saber que Gore acredita que a solução para a crise climática irá acontecer apenas através de "grandes mudanças no comportamento humano e pensar". Ele revisita temas de seu livro anterior An Inconvenient Truth (Bloomsbury, 2006), com ataques contra as políticas do ex-presidente George W. Bush.

Hansen e Schneider fornecem uma visão perturbadora dentro da batalha política sobre mudanças climáticas em seus respectivos livros, Tempestades dos meus netos e A ciência como um esporte de contato. Hansen invoca termos religiosos, caracterizando-se como testemunha e Schneider  como pregador. Ambos são evangélicos que tem a ciência como uma autoridade ascendente (comentário pessoal, são cientístas de renomes internacionais, PhD.).
A tensão entre o papel dos cientistas políticos como advogados e como conselheiros técnicos é uma tendência em ambos os livros. Schneider explica que "como os cientistas, não recomendamos que as políticas devem ser escolhidas"; Hansen, da mesma forma se vê como um cientista "objetivo". No entanto, em grande parte de ambos os livros, há fortes comentário ideológico e político com base no pressuposto de que a ciência não declarada, obriga a ação na mudança do clima.

Ambos os cientistas expressam um desejo de influenciar os resultados políticos. Hansen descreve como ele esperava influenciar a eleição presidencial americana em 2004 através de seu aval público do senador John Kerry sobre George W. Bush em um discurso feito no estado do balanço de Iowa. Schneider relata como, numa reunião do IPCC, ele poderia ter ajudado a viabilidade do Protocolo de Quioto depois de explicar a ciência do clima a um delegado Africano, que depois mudou de posição.
 ...

Uma forma alternativa para ir a frente começar em admitir as limitações da ciência na obrigação de acordos políticos, e em admitir que não sabemos como completar o desafio de descarbonização da economia global. Pode haver maiores perspectivas de consenso político se os cientistas reconhecem sua humildade, em vez de afirmar a sua autoridade. Abordagens incrementais para a mitigação do clima que podem oferecer uma chance de que a experiência realista e democrática baseada em ações podem alavancar um desafio que estará conosco por muitas décadas.
Cada um desses livros contrastantes oferece uma perspectiva valiosa sobre como chegamos onde estamos atualmente,  mas cada um dá apenas uma visão limitada quanto ao local onde a política do clima pode estar caminhando. O futuro, como diz Gore, continua a ser a nossa escolha.


sexta-feira, 19 de março de 2010

Dia de São José: e agora José? - A seca de 2010

Inicio o texto com as palavras do saudoso Manoel Correia de Andrade em seu livro A Terra e o Homem do Nordeste:
"[...] preocupando-se com uma possível seca, o sertanejo está sempre às voltas com ‘experiências’ e prognósticos sobre as possibilidades de chuvas nos anos que virão. Para estas ‘experiências’ o dia de Santa Luzia (13 de dezembro) é o mais importante, uma vez que o tomam como ponto de referência para o mês de janeiro do ano seguinte e os dias que se seguem correspondem aos outros meses, (assim o dia 14 é fevereiro, 15 é março, 16 é abril e assim por diante até o dia 24 que corresponde ao mês de dezembro). No dia em que chover, o mês correspondente será de chuva e naquele em que não chover, o mês correspondente será seco.[...] Também são desanimadoras as perspectivas do ano seguinte se, em novembro ou dezembro, não chover no Oeste do Piauí. Isto porque a estação “invernosa” piauiense precede a da porção Oriental do Nordeste./ Também se não chover até o dia de São José, 19 de março, o sertanejo perde totalmente as esperanças e, se é pobre, trata de migrar, se é rico procurar armazenar os alimentos necessários para atravessar a crise. É que, mesmo chovendo após este dia, a estação chuvosa não terá a duração necessária ao desenvolvimento das plantas que semearem.” (p. 38)
Esta passagem do livro mostra a importância do dia de hoje para o Nordestino. Além disso, hoje também é o último dia do verão austral, e na relação Terra-Sol começa o início de trajetória de "migração aparente" do Sol para o Hemisfério Norte, culminaldo a despedida para o nosso Hemisfério, no início do inverno austral (21 de junho).

Já comentei anteriormente em outra postagem que esta data tem uma relação com a climatologia, pois, em anos normais ou chuvosos,a ZCIT já deveria estar mais direcionada para o Hemisfério Sul. O que não vem ocorrendo este ano.

Dois padrões climatológicos tem favorecido a estiagem sobre o Nordeste do Brasil (Figura 1). Notem na Figura abaixo que as chuvas estão abaixo da média histórica em nossa região, ou seja, anomalia negativa de precipitação.

Estamos ainda sobre os efeitos El Niño que ainda teima em se apresentar e modificar a circulação zonal da célula de Walker e gerar subsidência sobre o NEB. No entanto, este ano também temos condições que favorecem a permanência da ZCIT mais ao Norte, porque os Oceano Atlântico Norte também está mais aquecido do que o normal, com isso a Alta pressão do Atlântico Norte não consegue ter força suficiente para impulsionar  a ZCIT para o Sul, modificando também a circulação de Hadley (Figura 2).
Nesta Figura tentei esboçar (com grande dificuldade em desenhar, vocês sabem) como está o comportamento das células Walker (setas pretas), Hadley (setas marrons) e o posicionamento da ZCIT (traços, ou quase traços, verdes). As áreas com tons de cores mais quentes sobre os oceanos indicam anomalias de temperatura da superfície do mar mais quentes que o normal, do contrário, as com tons mais frios. Vocês devem saber que ATSM quente --> baixa pressão; ATSM Fria --> alta pressão

Os modelos de projeções climáticas ainda indicam a permanência do Menino Levado por mais alguns meses, e há a tendência de um rápido resfriamento após julho. Então, a estação chuvosa do semi-árido já estará bem no final, até das chuvas mais esporádicas. De fato, o "inverno" continuará ruim no semi-árido em 2010.

Mas o que esperar para a Zona da Mata e Agreste? Também não espero muitas chuvas. Outro dos aspectos climáticos que favorece a chuva para estas regiões é a dinâmica da Alta Subtropical do Atlântico Sul. Em seu processo de intensificação/desintensificação há um maior aporte de umidade sobre a Z.M e Agreste. Durante o inverno a alta deve (climatologicamente) intensificar, fazendo com que os alísios de sudeste fiquem mais intensos, galguem sobre um oceano mais quente, úmido e condicionalmente instável e tragam umidade para precipitar, sobretudo na porção oriental do Planalto da Borborema.

Pela Figura 3 abaixo, nota-se que até o momento as condições de pressão ao nível do mar são desfavoráveis para este processo termodinâmico, já que as anomalias são negativas, ou seja, a pressão está menor do que a média histórica no Atlântico Sul. Então outra aspecto climatológico está desfavorável para chuva nestas regiões.

Mas tem algum fator favorável? Sim, mas nem de todo muito bom. Como as águas do A.S. estão mais quentes que o normal, devermos ter distúrbios de leste que são responsáveis por grande parte da chuva durante o outono/inverno nestas regiões, só que as condições adjascentes as áreas de gênese destes distúrbios estão (até agora) favorecendo distúrbios lentos e com menor frequência. Isto pode gerar a seguinte condição: - quando a chuva chegar deverá ficar presente por alguns dias com um volume normal a acima do normal, e depois vai embora, e deverá haver um intervalo de tempo acima do normal entre outro distúrbio.

Para a população, é possível que enfrentemos algumas mudanças das condições do tempo em um pequeno intervalo de tempo, ou seja, chuvas intensas durante alguns dias, depois a ocorrência de dias sem chuvas, e os impactos sócio-econômicos que podem gerar, como inundações, deslizamentos de encostas, perdas agrícolas, etc.

Bom, eu não diria que são projeções climáticas, já que ainda está longe para o inverno e agora que estamos chegando no outono, mas são hipóteses que levanto para estarmos atento às tais condições climáticas. Aliás, quem está no litoral já deve ter percebido que os ventos estão fracos este ano (principalmente os pescadores...) e outro sistema responsável por volume considerável de precipitação na região fica comprometido, desta vez, um sista de circulação secundária: a brisa marinha-terreste.

domingo, 14 de março de 2010

O segundo ciclone tropical no Atlântico Sul da era dos Satélites [Série Eventos Extremos]

Durante os dias 09 e 10 de 2010 foi registrada a ocorrência de uma rara tempestade tropical na costa gaúcha e catarinense.
Todos devem se lembrar do Furacão Catarina que ocorreu em 2004 no litoral catarinense e que foi responsável por grandes danos a sociedade local e por modificações nos livros de geografia e climatologia que afirmavam: ciclones tropicais não são formados/encontrados no Atlântico Sul.

Na época a relação com o aquecimento global foi inevitável, e grandes pesquisadores disseram que a ocorrência deste tipo de fenômeno meteorológico poderia se tornar mais frequente. Pois bem, no dia 09 de março de 2010 foi observada a formação de uma tempestade tropical nestas regiões. Por pouco não foi classificado como furacão, pois a velocidade do vento não atingiu 65 nós e em termos de escala Dvorak, atingiu 2,5 quando para furacão seria necessário 4.0.


O mapa mundial dos ciclones tropicais divulgado em tempo real pela NASA, a agência espacial norte-americana, mostrava duas tempestades tropicais no Hemisfério Sul, Hubert em Madagascar, no Índico, e o ciclone sem nome, no Atlântico, na costa do Rio Grande do Sul.O símbolo que você no mapa e acompanha o título desta análise é o usado na identificação de tempestades tropicais, mas com circulação inversa em sentido nos hemisférios dos ciclones. Quando há um furacão, o ícone é o mesmo, mas com o fundo preenchido. A tempestade tropical que está na costa gaúcha segue o seu deslocamento para Leste, distanciando-se do continente, mas ganhou força nas últimas 12 horas.(Fonte Metsul Meteorologia)

Mas, o que diferencia um ciclone tropical de um extratopical?
Ciclones extratropicais ocorrem naquela região durante praticamente todo o ano, resultando nas conhecidas frentes frias. A diferença entre os dois é que o centro de baixa pressão em sua estrutura vertical é quente no tropical e frio no extratropical. O evento foi acompanhado de perto por centros meteorológicos regionais, empresas de meteorologia da região e centros internacionais de meteorologia. No dia 11, o ciclone tropical passou a categoria extratropical, ou seja, a temperatura diminuiu.


Os centros meteorológicos regionais e as empresas de Meteorologia do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em conjunto, decidiram batizar a rara tempestade tropical que se formou na costa da região entre os dias 9 e 10 de março, classificada pela Meteorologia dos Estados Unidos sob o código 90Q, com o nome Anita, em alusão à figura de Anita Garibaldi. A escolha de um nome feminino levou em conta a formação do ciclone após o Dia Internacional da Mulher e foi determinada a partir de personagem que pudesse representar as histórias do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, os dois estados afetados pela tempestade. Nascida na cidade catarinense de Laguna, Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, que entrou para a história como Anita Garibaldi, morreu jovem na Itália em agosto de 1849. Conhecida como a heroína dos dois mundo, teve ativa participação durante a Revolução Farroupilha e na República Juliana, sendo recordada até hoje pela coragem e bravura.
O Atlântico Sul, por ser uma região do planeta onde ciclones tropicais são muito raros, não possui um centro meteorológico de área escolhido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) que promova o acompanhamento regular e a previsão deste tipo de fenômeno, quando eles ocorrem. Inexistindo centro meteorológico de área encarregado dos prognósticos para este tipo de tempestades, também não há uma lista de nomes nem tampouco uma instituição previamente encarregada da escolha dos nomes e a respectiva designação dos ciclones tropicais. Entendendo que para menções e estudos futuros, e, principalmente, a fim de facilitar a comunicação com o público, a escolha de um nome localmente conhecido para a rara tempestade mostra-se mais adequada que a utilização de um código numérico gerado no exterior (Fonte: MetSul). 



Fica a pergunta? Apesar de raros, estão mais frequentes? Será o aquecimento global?

Bom, de fato as temperaturas sobre o Atlâtico Sul e próximo ao equador no Norte estão elevadas, e isto pode sugerir que teremos um ano de muitos furacões no H.N. Observem próximo a costa do continente Africano as TSM's
 As imagens foram copiadas do site da Metsul