segunda-feira, 26 de abril de 2010

O grupo BASIC - o que é e objeto do grupo

Conversando em sala de aula percebi que meus alunos não sabiam (a grande maioria) o que era o grupo BASIC. Bom, se fosse no meu período de graduação eu pensaria que era algum grupo voltado para a linguagem de programação Basic, transformada desde a última década em Visual Basic. Mas os tempos mudaram...

Na verdade o nome BASIC adotado pelo grupo é uma sigla representativa de quatro países emergentes, Brasil, África do Sul, Índia e China.

O BASIC tem como estratégia a luta contra o aquecimento global, desde a Cúpula de Copenhague, em dezembro de 2009, cobrando por ações reais dos maiores atores do aumento de gases de efeito estufa em conjunto também com ações que objetivem  ajudar os países pobres a se adaptarem ao aquecimento global.

Neste último domingo, em reunião na Cidade do Cabo, o BASIC pediu a adoção, em nível mundial, de um acordo vinculante sobre o aquecimento global no mais tardar em 2011.

         "É preciso concluir um acordo global vinculante em Cancún, México, em 2010, ou no mais tardar, na África do Sul, em 2011...″

        "... Os países em desenvolvimento apóiam fortemente um acordo vinculante internacional porque a ausência de tal acordo os penaliza muito mais do que aos países desenvolvidos ."
declararam em um comunicado os ministros do Meio Ambiente de Brasil, África do Sul, China e Índia.

Os ministros também pediram aos países desenvolvidos que desembolsem rapidamente 10 bilhões de dólares a favor dos países mais pobres.

Bom, eis a rápida explicação pois, tenho certeza que vocês irão ouvir falar muito mais no futuro deste grupo.


O Brasil de fato tem se tornado uma liderança ambiental mundial, pena que Belo Monte....


 

domingo, 25 de abril de 2010

“Ou morre o capitalismo, ou morre a Terra”, diz Morales ao abrir Cúpula do Clima

O presidente boliviano, Evo Morales, um esquerdista de origem aimara, abriu, esta terça-feira, na Bolívia, uma conferência mundial de 20 mil ativistas para discutir propostas contra o aquecimento global e difundir uma mensagem clara: “ou morre o capitalismo, ou morre a Terra”.
“O capitalismo é sinônimo de inanição, o capitalismo é sinônimo de desigualdade, é sinônimo de destruição da mãe Terra. Ou morre o capitalismo, ou morre a Terra”, afirmou o presidente, na inauguração do evento no povoado de Tiquipaya, vizinho a Cochabamba, região central da Bolívia.
Em um campo de futebol diante de milhares de pessoas, o presidente disse que só os movimentos sociais do mundo, unidos a povos indígenas e intelectuais, “podem derrotar esse poder político e econômico (capitalismo), em defesa da mãe Terra”.
Durante três dias, Tiquipaya se tornará no centro de uma conferência mundial de aborígenes e movimentos sociais de 129 países, celebrada para debater uma proposta para enfrentar as mudanças climáticas, que será apresentada na próxima Conferência Climática da ONU, agendada para o fim deste ano, no México.
Morales assumiu, em dezembro passado, o compromisso de organizar uma reunião mundial da sociedade civil, após criticar, junto a colegas de Venezuela, Nicarágua e Cuba, as conclusões da Conferência do Clima de Copenhague que, segundo ele, não obteve o consenso mínimo necessário para conter o aquecimento global.
A inauguração se realizou em meio a uma festa folclórica no estádio do povoado de Tiquipaya, que não bastou para abrigar todas as pessoas que ali foram para ouvir o presidente.
Bandeiras de Bolívia, Peru, Chile, Equador, México e do ‘whipala’ – xadrez multicolorido, símbolo dos indígenas andinos – dominavam o estádio de Tiquipaya. Um barulhento grupo de argentinos gritava vivas para o presidente Morales e entoava cânticos esquerdista dos anos 1970.
Indígenas bolivianos quechuas e aimaras, bem como de Chile, Peru, América Central, Estados Unidos e Europa estiveram presentes à inauguração.
Ativistas antiglobalização de África, Oceania e países sul-americanos também integravam a multidão de movimentos sociais que exigiam das potências industrializadas que freassem o aumento da temperatura do planeta, com o slogan “mudem de modelo, não mudem o clima”.
“Há uma profecia, uma voz do norte, uma mensagem que diz à humanidade que temos que parar para não tirar a vida da Pachamama (mãe Terra em idioma quechua)”, declarou em inglês, com ajuda de um intérprete, Faith Gammill, que disse representar os indígenas do Alasca e do Canadá.
Alicia Bárcena, representante do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, viveu um momento difícil ao ser vaiada no estádio.
Secretária-geral da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), Bárcena ameaçou retirar-se caso as vaias continuassem.
“Viemos escutar os povos com todo o respeito; vocês nos convidaram, mas se não querem que estejamos aqui, nós podemos nos retirar”, disse, embora em seguida tenha conseguido dar seu discurso.
Um total de 17 mesas de trabalho foram instaladas na Bolívia para debater temas principalmente referentes à formação de um tribunal de justiça climática – para punir as nações poluidoras -, a convocação de um referendo mundial – para frear acordos das potências sobre o clima – e a criação de um organismo paralelo à ONU para reforçar políticas ambientalistas.
O encontro se encerrará esta quinta-feira com a presença dos presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Daniel Ortega (Nicarágua), Rafael Correa (Equador) e Fernando Lugo (Paraguai).
Morales impulsionou a celebração do encontro, após chamar de fiasco a Cúpula de Copenhague, no ano passado, e para gerar uma proposta alternativa para a próxima Cúpula Climática da ONU, no México.
Matéria do site Ambiente Brasil
Link - “Ou morre o capitalismo, ou morre a Terra”, diz Morales ao abrir Cúpula do Clima

terça-feira, 20 de abril de 2010

Cientistas não sabem onde está o calor do aquecimento global


Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/04/2010

Os dados dos satélites artificiais indicam que a Terra está recebendo mais calor do Sol do que refletindo para o espaço. Mas os instrumentos não conseguem encontrar onde esse calor está se acumulando. [Imagem: NASA]
Onde está o calor do aquecimento global?

As ferramentas de observação atualmente disponíveis não conseguem explicar aproximadamente metade do calor que se acredita estar se acumulando na Terra nos últimos anos.
Enquanto os instrumentos dos satélites artificiais indicam que os gases de efeito de estufa continuam a aprisionar cada vez mais energia solar, ou calor, desde 2003 os cientistas têm sido incapazes de determinar para onde está indo a maior parte desse calor.
Isso leva a uma de duas possibilidades: ou as observações dos satélites estão erradas ou grandes quantidades de calor estão indo para regiões que ainda não são adequadamente monitoradas e medidas, como as partes mais profundas dos oceanos.
Para agravar o problema, as temperaturas da superfície da Terra apresentaram uma forte estabilização nos últimos anos. Contudo, o derretimento das geleiras e do gelo do Ártico, juntamente com a elevação dos níveis do mar, indicam que o calor continua tendo efeitos profundos no planeta.
Calor perdido

Cientistas do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica (NCAR), nos Estados Unidos, advertem que os sensores de satélites, as boias oceânicas e os outros instrumentos são inadequados para rastrear esse calor "perdido", que pode estar se acumulando nas profundezas dos oceanos ou em qualquer outro lugar do sistema climático.
"O calor vai voltar a nos assombrar mais cedo ou mais tarde", diz Kevin Trenberth, um dos autores do artigo que foi publicado na revista Science.
"O alívio que nós tivemos na elevação das temperaturas nos últimos anos não vai continuar. É fundamental rastrear o acúmulo de energia em nosso sistema climático para que possamos entender o que está acontecendo e prever o clima futuro," afirma ele.
Fluxo de energia

Trenberth e seu colega John Fasullo sugerem que o início rápido do El Niño no ano passado - o evento periódico marcado pela elevação da temperatura superficial do Oceano Pacífico tropical - pode ser uma maneira em que a energia "perdida" tem reaparecido.
Outra fonte de informação, mas agindo no sentido oposto, são os invernos inesperadamente frios ao longo dos Estados Unidos, Europa e Ásia, que tem marcado os últimos anos e que as previsões indicam deverão perdurar nos próximos.
Eles afirmam que é imperativo medir melhor o fluxo de energia através do sistema climático da Terra.
Por exemplo, qualquer plano de geoengenharia que queira alterar artificialmente o clima do mundo para combater o aquecimento global pode ter consequências inesperadas, que podem ser difíceis de analisar a menos que os cientistas possam monitorar o calor ao redor do globo.
Calor acumulado nos oceanos

Os dados dos instrumentos dos satélites mostram um crescente desequilíbrio entre a energia que entra na atmosfera a partir do Sol e a energia liberada a partir da superfície da Terra. Este desequilíbrio é a fonte de longo prazo do aquecimento global.
Mas rastrear a quantidade crescente de calor na Terra é muito mais complicado do que medir as temperaturas na superfície do planeta.
Os oceanos absorvem cerca de 90 por cento da energia solar capturada pelos gases de efeito estufa. O restante se divide entre as geleiras, os mares congelados, a superfície não coberta pelo mar e a atmosfera - ou seja, somente uma pequena fração do calor capturado aquece o ar da atmosfera.
E, apesar das medições dos satélites, o calor medido nos oceanos, até uma profundidade de cerca de 1.000 metros, está constante há anos.
Possibilidades de erro

Embora seja difícil quantificar a quantidade de energia solar que chega à Terra com precisão, Trenberth e Fasullo estimam que, com base em dados de satélites, a quantidade de energia acumulada parece ser de cerca de 1 watt por metro quadrado, enquanto os instrumentos oceânicos indicam um acúmulo de cerca de 0,5 watt por metro quadrado.
Isso significa que aproximadamente metade da quantidade total de calor que se acredita ser aprisionado pelos gases de efeito estufa está "desaparecido."

 

Ocean heat content estimates show that energy in the form of heat is building up on Earth. [Imagem: NCAR/courtesy Science]

Há muitas possibilidades de erro, e esse "calor perdido" pode ser uma ilusão, dizem os autores.
O não fechamento do balanço global de energia pode ser resultado de imprecisões nas medições por satélites, imprecisões nas medições feitas pelos sensores de superfície ou mesmo do processamento incorreto dos dados, dizem os autores.
Corrigir os satélites ou encontrar o calor perdido

Tudo ia bem até 2003, quando uma frota de robôs submarinos e boias automáticas foi lançada ao mar para coletar dados atmosféricos em um nível nunca antes alcançado.
Em vez de reforçar os modelos climáticos que apontam para o aquecimento global, os novos sensores mostraram uma redução na taxa de aquecimento oceânico, ainda que o desequilíbrio medido pelos satélites continue apontando que o balanço líquido de energia da Terra está aumentando.
Os robôs submarinos da missão Argo também ajudaram a verificar que as mudanças na circulação oceânica não estão ocorrendo como os cientistas previam - veja Correia Transportadora Oceânica não está desacelerando, diz NASA.
Para resolver o mistério, os cientistas propõem duas medidas: aumentar a capacidade dos robôs submarinos, lançando equipamentos mais modernos que possam atingir profundidades entre 1.000 e 2.000 metros, onde o calor pode estar se acumulando, e o desenvolvimento de novas formas de calibrar os sensores dos satélites, uma forma de garantir que suas medições são precisas.
Bibliografia:

Tracking Earth's Energy
Kevin E. Trenberth, John T. Fasullo
Science
16 April 2010
Vol.: 328: 316-317
DOI: 10.1126/science.1187272


quinta-feira, 15 de abril de 2010

O 16 computador mais rápido do mundo usado para previsões do tempo e clima é do Brasil

Um dos 20 computadores mais rápidos do mundo acaba de ser adquirido pelo Brasil. A partir do fim do ano, a máquina de R$ 31,3 milhões começa a rodar no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em
São José dos Campos, adiantou à Folha o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.

O supercomputador, que receberá um nome em tupi, seguindo a tradição do Inpe, deve melhorar significativamente a previsão do tempo em um país onde meteorologia é cada vez mais uma questão de vida ou morte (vide a tragédia da última semana no Rio de Janeiro).

Mas também colocará o Brasil no seleto grupo de nações capazes de prever não apenas o tempo, com dois ou três dias de antecedência, mas também o clima, ao longo do século.

Uma de suas funções primordiais será rodar modelos de circulação global como os usados pelo IPCC (o painel do clima das Nações Unidas), para avaliar as mudanças climáticas.

Flops ? O sistema foi comprado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) da empresa Cray.

Seu desempenho máximo é de 244 teraflops, ou trilhões de operações por segundo (medida padrão dessas máquinas). Só EUA, Rússia, China e Alemanha têm máquinas mais rápidas hoje. É muito flop!, brinca Rezende.

Só o sistema de refrigeração da máquina custou R$ 2,9 milhões. Para alimentá-la, o Inpe precisará construir uma nova central elétrica, de 1.000 quilowatts. Hoje só há 280 quilowatts disponíveis no instituto.

O coordenador da Rede Nacional de Mudanças Climáticas, Carlos Nobre, compara: Quando o Inpe recebeu seu último supercomputador, estávamos entre os 25 mais rápidos do mundo em aplicações de mudanças climáticas. Agora, estamos entre os três ou quatro mais rápidos nessa área.

Com essa capacidade, estima Nobre, o Brasil poderá em dois anos e meio
produzir seu primeiro modelo de circulação global. Atualmente, o IPCC
baseia seus cenários em menos de 15 modelos desses, todos feitos em
países desenvolvidos.

Amazônia ? Nosso interesse é um modelo que olhe melhor para a Amazônia e para o Atlântico Sul, diz o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz.

Isso poderá, por exemplo, ajudar a determinar se eventos extremos como a chuva do Rio neste mês ficarão mais frequentes no decorrer do século, à medida que o aquecimento global afete mais a floresta e o oceano ? duas das chaves mestras do clima no Brasil. Hoje, o principal obstáculo ao desenvolvimento desses modelos é capacidade computacional.

O computador também deve ajudar a solucionar um dos gargalos da previsão do tempo no país: a resolução dos modelos.

Com o supercomputador que o Inpe tem hoje, é possível fazer previsões com dois a três dias de antecedência, de hora em hora, para áreas de 40 km por 40 km.

Isso permite previsões razoáveis (o Inpe alertou, que cairia uma chuva de 70 milímetros no Rio, algo extremo para o mês de abril), mas míopes: não dá para saber, por exemplo, se em Niterói vai cair dez vezes mais água do que em uma área a 20 km dali.

Para fazer previsões mais apuradas, em áreas de 5 km por 5 km, o Inpe hoje gasta dois dias rodando o modelo no computador. Você não prevê tão bem o desastre de verdade?, diz Haroldo Velho, pesquisador do instituto. ?Agora, vamos conseguir gerar 5 km em uma hora.

Nem só ciência ? Rezende comemora a turbinada computacional, mas lembra que só isso não vai salvar vidas.

É claro que a ciência e tecnologia podem ser melhores; precisamos integrar radares meteorológicos, por exemplo. Mas o problema no Brasil é que os sistemas municipais de alerta quase não existem, os sistemas
de defesa civil são desorganizados, afirma ele.

O ministro continua: A previsão do evento em Santa Catarina foi feita com três dias de antecedência. Se houvesse uma preocupação com essa questão, as pessoas teriam saído das áreas mais problemáticas, o que
não aconteceu.

Fonte: Claudio Angelo/ Folha Online/ Ambientebrasil

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Nova investigação sobre Climategate absolve cientistas de má fé [M.C.G]

Uma comissão independente que examinou as acusações de suposta alteração de dados científicos por parte de um dos centros de investigação sobre o clima mais respeitados do mundo concluiu esta quarta-feira não ter encontrado nenhuma prova de má fé. Os cientistas da Unidade de Pesquisas sobre o Clima (CRU, na sigla em inglês), da universidade britânica de East Anglia, foram acusados, em novembro passado, de suposta manipulação de dados para extrapolar o efeito antropogênico (provocado pelo homem) sobre as mudanças climáticas.
O caso, apelidado de Climategate pela imprensa britânica, explodiu às vésperas da cúpula das Nações Unidas sobre o clima, em Copenhague, com a divulgação de centenas de mensagens eletrônicas roubadas de cientistas do centro e de seu diretor, Phil Jones que, segundo os céticos do aquecimento global, demonstravam que eles alteraram dados para sustentar suas teorias.
Mas, a comissão independente que realizou um exame detalhado de 11 estudos publicados pela CRU durante 20 anos não encontrou "nenhuma prova de qualquer má prática científica deliberada" e concluiu que os cientistas chegaram às suas conclusões "honestamente".
O presidente do painel, lorde Oxburgh, informou simplesmente que os investigadores consideraram que os cientistas poderiam ter utilizado melhores métodos estatísticos no momento de analisar alguns de seus dados, mas que era improvável que isto tivesse causado alguma diferença em seus resultados.
Após conhecer as conclusões, a Universidade de East Anglia disse que a investigação demonstrou que os ataques dos últimos meses contra sua integridade científica eram "totalmente injustificados".
Em março, outra investigação realizada pela Comissão de Ciência e Tecnologia do Parlamento britânico já tinha absolvido os cientistas ao concluir que não existia nenhuma prova de que o centro ou seu diretor teriam alterado dados para apoiar suas teses.

Fonte: Terra