quinta-feira, 30 de maio de 2013

Ação humana coloca planeta em nova era geológica, dizem cientistas

A atividade humana transformou o planeta de forma tão permanente e vasta nos últimos dois séculos que a Terra entrou em uma nova era geológica, o Antropoceno.

É o que defendem cientistas e geólogos que discutirão nesta semana o impacto da ação humana e da natureza sobre os sistemas hídricos globais, na conferência Water in the Anthropocene (Água no Antropoceno, em tradução livre), organizada pelo Global Water System Project (GWSP), em Bonn, na Alemanha.

De acordo com os pesquisadores, o crescimento populacional, a construção de metrópoles, o desmatamento e o uso de combustíveis fósseis provocaram um efeito no planeta comparável ao derretimento de geleiras ocorrido há 11.500 anos – evento que marca o início da era conhecida como Holoceno na escala de tempo geológico.

A escala de tempo geológico estabelece éons, eras, períodos, épocas e idades que permitem categorizar as diferentes fases que vão da formação da Terra ao presente.


terça-feira, 28 de maio de 2013

Céticos do clima são menos de 1% da comunidade científica, diz estudo

Um estudo divulgado nesta semana com base na análise de publicações científicas das últimas duas décadas mostrou que 99% dos artigos apontam a ação humana como a causa das mudanças climáticas – um consenso frente aos chamados céticos do clima, que atribuem o aquecimento global a fatores exclusivamente naturais.

A análise é assinada por John Cook, estudante de pós-doutorado em astrofísica da Universidade de Queensland, na Austrália, e foi publicada no jornal científico Environmental Research Letters. Ele avaliou o abstract, o resumo do conteúdo, de 11.944 artigos científicos sobre aquecimento global e mudanças climáticas publicados entre 1991 e 2011.

A avaliação de todo esse volume de material, disponível no banco de dados científico Web of Knowledge, revelou que 66,4% das publicações posicionaram-se em concordância a corrente do aquecimento global antropogênico, ou seja, causado pelo homem. Outros 32,6% dos artigos pesquisados endossavam essa posição. Cook encontrou apenas 0,7% das publicações negando a participação humana no aquecimento global e 0,3% expressando incerteza quanto às reais causas das mudanças climáticas.

Uma pesquisa semelhante, porém com uma amostragem menor, já havia sido publicada por cientistas da Universidade de Standford em 2010. Na verificação de 1.372 publicações, entre 98% e 99% dos pesquisadores apontavam a participação humana nas mudanças climáticas.

Para meteorologista, “negacionistas” – Os números deixam claro como as publicações céticas quanto ao papel do homem nas mudanças climáticas são minoria. Pesquisadores desta linha – alguns de universidades renomadas– argumentam que as medições que apontam o aquecimento não seriam precisas, que a terra já foi mais quente do que é hoje em um passado recente ou ainda que o sol teria uma influência muito maior nas mudanças climáticas do que os gases do efeito estufa.

Para o coordenador geral da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas e Globais (Rede Clima), Paulo Nobre, os pesquisadores que discordam da participação do homem não deveriam ser chamados de céticos, e sim de “negacionistas”.

“Ceticismo é um pilar da ciência. É formular uma hipótese e ser cético com relação a ela para buscar respostas”, compara. Segundo ele, diante das evidências científicas existentes, não há como negar a participação humana no processo de aquecimento global: “Há 20 anos até poderia haver espaço para o ceticismo, mas hoje não existe mais.”

A interpretação equivocada de dados de variabilidade climática são, na opinião do meteorologista, uma das bases para a negação da responsabilidade humana. Na Rede Clima, que busca prover substrato científico para embasar programas governamentais, por exemplo, a parcela humana no processo de mudanças é levada em conta. Os dados levantados buscam entender exatamente a dimensão humana dessas alterações e as formas de adaptação que permitam garantir a segurança energética, hídrica e alimentar do país.

“É um processo em curso e precisamos propor formas de adaptação e mitigação”, resume Nobre.

O artigo publicado por Cook rompeu as fronteiras da comunidade científica e virou notícia em populares blogs de ciência e na imprensa internacional. A repercussão reflete outra face do trabalho do pesquisador australiano. Além do pós-doutorado no Instituto de Mudanças Globais da Universidade de Queensland, o cientista mantém o blog científico Skeptical Science. No site, ele e outros colaboradores contrapõem os argumentos usados para negar a interferência humana nas mudanças climáticas em uma linguagem simples e mais acessível para quem está fora do circuito acadêmico. (Fonte: Terra)


domingo, 26 de maio de 2013

Mudanças climáticas impulsionaram avanços humanos, diz estudo

Uma pesquisa de cientistas europeus revela que as mudanças climáticas abruptas na África impulsionaram avanços tecnológicos e culturais no início da era moderna.

Arqueólogos já tinham notado há muito tempo que a complexidade evidenciada pelos grupos humanos era intermitente, sem um padrão regular de evolução. As causas dessa dinâmica, no entanto, têm sido alvo de debates na academia.

Análises de sedimentos marinhos sugerem uma relação próxima entre as mudanças no comportamento humano e as alterações climáticas no sul do continente africano.

A pesquisa, conduzida por especialistas britânicos, suíços e espanhóis, foi publicada no periódico científico Nature Communications.

A equipe obteve um registro da variabilidade climática dos últimos 100 mil anos por meio da análise de sedimentos marinhos na costa sul-africana.

Martin Ziegler, da Universidade de Cardiff, no Reino Unido, comparou as mudanças em duas partes do mundo.

“Desobrimos que a África do Sul experimentou rá


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Temperatura média de Boa Viagem aumentou 10°C em 13 anos

Excesso de prédios contribuem para a formação de ilhas de calor em Boa Viagem. Foto: Teresa Maia/DP/D.A.Press

A temperatura média em Boa Viagem, no Recife, aumentou 10°C em 13 anos.

Em 1998, a média era de 22°C no bairro, saltando para 32°C em 2011.

Os números constam em mapas de temperatura elaborados pelo pesquisador e doutorando em Geografia pela UFPE, Elvis Bergue.

Os mapas foram feitos com base em imagens do satélite Landsat – 5 TM.

“Essas imagens refletem um momento do Recife”, frisou Elvis.

O Landsat registrou as imagens sempre das 9h, de um dia de julho ou agosto, de seis anos de três décadas: 1998, 2000, 2006, 2007, 2010 e 2011.

Por trás do aumento da temperatura existe uma série de fatores.

Dois dos principais são o aumento a urbanização e verticalização da cidade.

Isso tem levado à substituição do solo natural por asfalto e concreto, o que muito contribui para o surgimento de ilhas de calor.

A urbanização fez aumentar os telhados de zinco, alumínio e amianto.

“O asfalto e esses tipos de telhados refletem pouca radiação e armezanam calor,  elevando a temperatura”, exemplicou o estudioso.

Boa Viagem foi o bairro recifense que registrou o maior aumento de temperatura, segundo os mapas, seguido da Imbiribeira, com 9°C.

Santo Amaro, Santo Antônio e São José apresentaram variações de 8°C.

Os mapas serão parte da tese de Elvis, a ser defendida em março de 2014.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

ONU adverte que gelo do Ártico derreteu em ritmo recorde em 2012

O gelo do Oceano Ártico derreteu em ritmo recorde em 2012, o nono ano mais quente desde o início dos registros, anunciou nesta quinta-feira a Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência da ONU.

No relatório sobre o ano de 2012, a OMM afirma que, em agosto e setembro do ano passado, as zonas geladas do Ártico cobriam apenas 3,4 milhões de quilômetros quadrados, 18% a menos que em 2007, quando havia sido registrado o recorde anterior.

Para o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, este é um “preocupante sinal da mudança climática”. “O ano de 2012 também registrou outros extremos, como secas e ciclones tropicais. A variabilidade natural do clima sempre resultou em extremos deste tipo, mas a mudança climática determina cada vez mais as características físicas dos acontecimentos meteorológicos e climáticos extremos”, disse.

“Por exemplo, dado que os níveis globais do mar são atualmente 20 centímetros maiores que o que eram em 1880, tempestades como o furacão Sandy estão produzindo mais inundações costeiras”, completou.

A OMM afirma que a temperatura global média de terras e superfícies marinhas é estimada 0,45 grau centígrado acima da média do período que vai de 1961 a 1990, que é de 14 graus Celsius.

Este foi o nono ano mais quente desde 1850, primeiro do qual se tem registro, e o 27º ano consecutivo no qual a temperatura de terras e superfícies marinhas supera a média de 1961-1990.

“A tendência continua de alta das concentrações atmosféricas de gases do efeito estufa confirma que o aquecimento prosseguirá”, disse Jarraud.

Temperaturas elevadas – Temperaturas superiores à média foram registradas em quase todo o planeta, particularmente na América do Norte, Europa meridional, Rússia ocidental, partes do norte da África e América do Sul meridional, destacou a OMM.

Paralelamente, foram registradas temperaturas inferiores à méd