Os autores combinaram dados altimétricos, interferometria, gravimetria derivados de satélite para regiões geográficas comuns, em determinados intervalos de tempo, e modelos de balanço de massa superficial e ajuste isostático glacial para estimar o balanco de massa das camadas de gelo polar da Terra.
Os resultados mostraram que entre 1992 e 2011 as geleiras da Groenlândia perderam, em média, 152 bilhões de toneladas de gelo por ano. Enquanto que na Antártica ocorreu o derretimento de 71 bilhões de toneladas por ano. Este derretimento seria responsável por aumento de 11,1 milímetros no nível do mar desde 1992. De acordo com a Figura 1 abaixo notamos que a contribuição para o aumento é muito mais evidente com o derretimento da Groenlândia do que com a Antártica.
Figura 1: Contribuição da camada de gelo para o aumento global do nível do mar
Outro resultado interessante foi que a cobertura de gelo da Antártica bateu o recorde de extensão durante o inverno de 2012. Esta notícia parece ir ao contrário a teoria do Aquecimento Global.
Então, um grupo de cientistas da Nasa e da British Antarctic Survey analisaram os dados de variação do gelo no Polo Sul nas últimas duas décadas. A pesquisa foi publicada na revista Nature (texto completo - clique aqui).
Os pesquisadores concluíram que o aumento se deve a mudanças no padrão de vento no continente antártico.
Uma mudança no padrão de vento que pode * ter sido causada pelo buraco na camada de ozônio favorece a advecção de ar frio dos extremos polos para a vizinhança, favorecendo o congelamento da superfície do mar.
De um modo geral, os autores evidenciaram que há um lento aumento da cobertura de gelo marinho sobre a região, mas algumas áreas registram perdas e outras ganhos em uma velocidade acelerada. As regiões ocidentais tem apresentado maiores perdas.
R.N. - É importante deixar claro para que este estudo não é finalizador, mas sim clarificador para novos estudos e novas teorias. A cobertura de gelo marinho no Ártico é cercada por terra, enquanto a cobertura de gelo marinho Antártico é cercada por água, então é mais fácil derreter no Ártico do que no Antártico. De fato, pode ser mais uma evidência de aquecimento global.
R.N. - A grande dúvida é o quanto este derretimento se deve ao aquecimento global antrópico e ao aquecimento global produzido pelas oscilações climáticas multidecadais (para não falar de outras escalas temporais maiores).
Estudos recentes, ainda não publicado estão indicando que a contribuição antrópica é menor, mas está acelerando a contribuição natural, algo que eu já venho comentando há algum tempo.
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* Ainda não há evidências concretas, apenas teóricas, que o efeito é causado pelo buraco da camada de ozônio.
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