sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Os 10 primeiros meses de 2014 são os mais quentes já registrados

AFP - Agence France-Presse

Os dez primeiros meses de 2014 foram os mais quentes do planeta desde que foram iniciados os registros de temperatura em 1880, informou nesta quinta-feira a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).

Trata-se do 38° mês de outubro consecutivo em que a temperatura mundial esteve acima da média do século XX, observa a NOAA.

Para o período de janeiro a outubro de 2014, a temperatura média nos oceanos e em terra foi de 10,3 graus, ultrapassando assim em 1,05 grau a média do século anterior. 

"A temperatura média global entre janeiro e outubro nas superfícies da terra e dos oceanos foi a mais quente nesse período, batendo os recordes de 1998 e 2010", disse a NOA.

A temperatura média em ambas as superfícies em outubro foi de 14,74 graus Celsius, batendo o recorde anterior para esse mês em 0,01 grau.

"O aquecimento foi significativo em uma grande área do sul da América do Sul, nas regiões costeiras do oeste dos Estados Unidos, no Extremo Oriente russo, em partes do sul e sudeste da Ásia, no sul e no oeste da Austrália e em partes do sul da Europa", esclareceu.

Essas temperaturas mais elevadas deixaram o ar mais quente em todo o planeta, distribuindo de forma igual entre os hemisférios norte e sul.

A temperatura global na superfície do mar foi de 16,51 graus Celsius em outubro, a mais alta para esse mês e o sexto aumento consecutivo mensal, informou a NOAA.

"O aquecimento recorde foi observado em partes das principais bacias oceânicas. Quase todo o oceano Índico teve temperaturas quentes recordes ou mais quentes do que a média", explicou. 

- Gelo antártico recuou em outubro -

O gelo antártico também recuou em outubro, encerrando um semestre de aumento na região. 

Esses recordes de temperatura aconteceram sem a influência do El Niño, que é registrado, em média, a cada cinco a sete anos, exercendo uma forte influência no clima mundial.

De acordo com o NOAA, há cerca de 60% de chances de o El Niño reaparecer no próximo inverno no hemisfério norte.

Especialistas em clima da ONU advertiram que não há tempo a perder na luta contra o aquecimento global.

No começo deste mês, um informe geral de síntese mundial do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), alertou que a Terra se encaminha atualmente a um aumento de pelo menos 4º C até 2100 com relação ao nível da era pré-industrial, o que trará grandes secas, inundações, aumento do nível do mar e extinção de muitas espécies, além de fome, migração de pessoas e potenciais conflitos.

Em 12 de novembro passado, as duas maiores economias do planeta e os maiores poluidores, China e Estados Unidos, concordaram em reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Novo método alemão prevê inundações na América do Su

Um novo sistema de análise meteorológica permitirá prever com 90% de exatidão as chuvas intensas provocadas pelo fenômeno El Niño, que causam inundações na América do Sul, anunciaram cientistas responsáveis pelo projeto.

O Instituto Potsdam de Pesquisas de Impacto Climático (PIK), da Alemanha, apresentou os detalhes do novo método que, segundo seus pesquisadores, permitirá antecipar casos de chuvas extremas, principalmente nas zonas andinas da Bolívia e da Argentina. As inundações também afetam regiões mais à sudeste, na zona conhecida como Mesopotâmia argentina – entre os rios Paraná e Uruguai – e o território uruguaio.

O sistema foi desenvolvido graças à análise de 50 mil registros de dados meteorológicos em alta resolução, fornecidos pela Nasa e pela agência espacial japonesa (JAXA) nos últimos 15 anos.

“Acreditamos que as enormes nuvens de chuva tenham origem na região de Buenos Aires e, depois, desloquem-se para noroeste, em direção aos Andes, onde, dois dias depois, causam episódios extremos de chuva”, explicou Niklas Boers, um dos pesquisadores. “Utilizando complexos sistemas de análise, encontramos uma forma de prever esses eventos nos Andes sul-americanos”.

Entre dezembro e fevereiro, as massas de ar úmido que chegam das regiões tropicais do Oceano Atlântico se deslocam para oeste, até chegarem à cadeia montanhosa andina. Então, dirigem-se para o sul, onde interagem com frentes frias provenientes da Bacia do Prata.

Isso provoca chuvas abundantes nas zonas montanhosas, segundo os esquemas que acompanham o estudo. “Surpreendentemente, e ao contrário do que se pensava até agora, esses eventos se propagam contra a direção dos ventos e se dirigem ao sul”, disse Boers.

Esses especialistas acreditam que “o novo método permitirá prever cerca de 90% de eventos de chuvas extremas nos Andes centrais ocasionados devido ao fenômeno climático El Niño, que provoca inundações com maior frequência, e cerca de 60% dos que ocorrem sob qualquer outra circunstância”.

Aplicabilidade em mercados financeiros – Segundo José Marendo, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais brasileiro (Inpe), em São Paulo, “as instituições locais poderão aplicar os resultados com facilidade, recorrendo aos dados disponíveis que serão muito úteis”.

Eventos de chuvas extremas podem provocar grandes inundações que, até agora, eram difíceis de prever.

“Comparar dados meteorológicos pode parecer simples, mas foi necessário recorrer às novas ferramentas matemáticas que desenvolvemos para detectar as conexões complexas que regem os eventos extremos. Os dados estavam ali, mas ninguém havia estabelecido os vínculos até então”, Jürgen Kurths, outro participante do estudo.

Ele afirma que o modelo matemático desenvolvido pode ser aplicado a outros fenômenos meteorológicos em outras regiões e também a outros tipos de sistemas complexos.

“De fato, é possível aplicá-lo em mercados financeiros, na atividade cerebral e até em terremotos”, afirma o físico e matemático alemão. (Fonte: Terra)


quarta-feira, 26 de junho de 2013

Plano climático dos EUA estabelece corte das emissões de CO2 do país

O governo dos Estados Unidos antecipou a divulgação nesta terça-feira (25) do novo Plano de Ação Climática, voltado a combater as mudanças climáticas e que deve ser lançado pelo presidente Barack Obama em discurso realizado nesta tarde, na Universidade Georgetown.

Segundo a agência Reuters, o país dividiu em três pilares as formas de enfrentar os efeitos climáticos e contribuir na redução da poluição global de carbono: diminuir as emissões domésticas de CO2, preparar o país para ser resistente aos impactos climáticos e liderar esforços internacionais sobre o tema.

Em 2009, pouco depois da eleição de Obama, o Congresso bloqueou um ambicioso projeto de lei sobre energia e clima que visava reduzir substancialmente os níveis de CO2 lançados na atmosfera pelos Estados Unidos, segundo maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, atrás apenas da China.

Quando foi eleito para seu segundo mandato, o presidente norte-americano prometeu dar mais atenção ao tema, após incessantes pedidos dos cientistas e pressão de outros governos, que integram as negociações sobre o clima da Organização das Nações Unidas (ONU).


segunda-feira, 10 de junho de 2013

Brasil reduziu em 39% emissões de gases do efeito estufa em 5 anos

As emissões brasileiras de gases do efeito estufa caíram 39% entre 2005 e 2010, graças principalmente à redução no desmatamento da Amazônia, de acordo com um inventário nacional divulgado na quarta-feira. Assim, o País já cumpriu 65% de sua meta voluntária definida para 2020, que estipula a redução de emissão de gases relacionados ao aquecimento global.

No mesmo período em que foi registrada a diminuição, o desmatamento na Amazônia caiu 63%, contribuindo de maneira decisiva para o resultado. Nos demais setores, as emissões de gases do efeito estufa cresceram. Excluindo as florestas, as emissões no Brasil só aumentaram – o equivalente a 12% entre 2005 e 2010. Em números absolutos, o País emitiu 1,25 bilhão de toneladas de CO2 equivalente naquele ano contra 2,03 bilhões de toneladas em 2005. A possibilidade de reduzir as emissões apenas com o combate ao desmatamento, porém, está próxima de acabar – e o desafio será investir mais em ciência e tecnologia. (Fonte: Terra)


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Ação humana coloca planeta em nova era geológica, dizem cientistas

A atividade humana transformou o planeta de forma tão permanente e vasta nos últimos dois séculos que a Terra entrou em uma nova era geológica, o Antropoceno.

É o que defendem cientistas e geólogos que discutirão nesta semana o impacto da ação humana e da natureza sobre os sistemas hídricos globais, na conferência Water in the Anthropocene (Água no Antropoceno, em tradução livre), organizada pelo Global Water System Project (GWSP), em Bonn, na Alemanha.

De acordo com os pesquisadores, o crescimento populacional, a construção de metrópoles, o desmatamento e o uso de combustíveis fósseis provocaram um efeito no planeta comparável ao derretimento de geleiras ocorrido há 11.500 anos – evento que marca o início da era conhecida como Holoceno na escala de tempo geológico.

A escala de tempo geológico estabelece éons, eras, períodos, épocas e idades que permitem categorizar as diferentes fases que vão da formação da Terra ao presente.