sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Agenda de eventos de Geografia 2011 (Fonte AGB)

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Fevereiro

XIXENEG

XIX ENEG - ENCONTRO NACIONAL DOS ESTUDANTES DE GEOGRAFIA - VITÓRIA/ES
Tema: Protagonistas do Espaço: Empresas, Estado ou Sociedade?
O estudante de Geografia e suas possibilidades de atuação política.
Data: 06 a 11 Fevereiro de 2011
Local: UFES/Campus de Goiabeiras-Vitória-ES
Sítio-web: http://enegvitoria.blogspot.com/p/o-eneg.html


terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Combinação desastrosa–Mudanças climáticas vs aumento populacional

As mudanças climáticas, somadas ao crescimento populacional causado, em grande parte, pela construção de empreendimentos voltados à exploração de petróleo e gás, podem aumentar as vulnerabilidades socioambientais das cidades do litoral do Estado de São Paulo aos eventos climáticos extremos, segundo pesquisa feita no Núcleo de Pesquisas Ambientais (Nepam) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

De acordo com Lúcia da Costa Ferreira, coordenadora da pesquisa, por suas próprias características ecológicas a zona costeira do litoral paulista já é muito sensível a qualquer alteração climática, como chuvas intensas. Com o aumento do número de moradores nos últimos anos, atraídos pela oferta de emprego principalmente no setor petrolífero, a infraestrutura das cidades litorâneas do Estado de São Paulo tende a piorar. Em função disso, elas podem se tornar mais frágeis para enfrentar os riscos de acidentes e desastres naturais, como deslizamentos de encostas e inundações.

“Há locais na faixa litorânea onde a área disponível para ocupação humana, que vai do sopé do morro ao mar, é muito pequena. Qualquer alteração no nível no mar nessas áreas pode provocar impactos violentos”, disse Lúcia à Agência FAPESP.


sábado, 25 de dezembro de 2010

Vol. 27, No 2 (2010): Revista de Geografia (Recife)

Saiu o novo volume da edição da Revista de Geografia – Visite o sumário abaixo ou clique aqui para ir direto para a versão digital da revista.
Sumário
Geografia Humana

ALGUNS ASPECTOS RECENTES DAS DINÂMICAS PORTUÁRIAS DE TRANSHIPMENT NO MEDITERRÂNEO
RESUMO PDF Gabriele Zanetto, Stefano Soriani, Francesco Zanini 6-13

MIGRAÇÕES E TRAJETÓRIAS CAMPONESAS EM BUSCA DE TERRA DE TRABALHO E DE VIDA
RESUMO PDF Juliana Carneiro Guimarães, Dinalva Donizete Ribeiro 14-25

CULTURA, NATUREZA E RELIGIÃO NA CONSTITUIÇÃO DE TERRITORIALIDADE NO CANDOMBLÉ DA BAHIA
RESUMO PDF Marília Flores Seixas de Oliveira, Orlando J. R. de Oliveira, Roberto dos Santos Bartholo Jr. 26-39

CENÁRIOS NOTURNOS: SOBRE A ESPACIALIDADE E OS SIGNIFICADOS DA ILUMINAÇÃO URBANA NA CIDADE DO RIO DE JANEIRORESUMO PDFMarcos Góis 40-52



quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Um retrato das mudanças climáticas vale mais que 1000 palavras - A picture of climate change is worth 1,000 words

As a science writer, I’m constantly battling against those occasions on which words fail me. Perhaps I don’t explain an idea clearly enough, or maybe I just can’t figure out what to say. Well, over 100 blog entries into Simple Climate, I’m actually going to (kind of) shut up for once. Throughout the year there I’ve been able to include some great illustrations explaining climate change, from how it works to the temperature changes we’ve gone through. This week I’m rounding some of them up here, along with some other diagrams I thought were powerful that I haven’t included before. Have a look – I hope they get your thought processes going as much as the normal entries do.

This is my attempt for a simple diagrammatic explanation of carbon change. Greenhouse gases in the atmosphere trap heat from the sun in our atmosphere. We need this: if it didn't happen it would be too cold to live on earth. However, because we're pumping so much greenhouse gas into the atmosphere - mainly CO2 from burning fossil fuels - it's warming up more than it would normally.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Bolsa para pós-doc em geografia

O Departamento de Geografia da UFRJ está com processo aberto de seleção de 1 bolsista de Pós-Doutorado em Geografia para trabalhar no projeto: "Mudanças no paradigma energético: o processo de regionalização da produção de etanol no Brasil", sob coordenação da Profa. Dra. Julia Adão Bernardes, tendo como sub-temas envolvidos:
- energia/biocombustíveis;
- agricultura;
- indústria;
- técnica;
- questão ambiental e
- trabalho/migrações/cultura.

O candidato poderá escolher um dos referidos subtemas ou de áreas afins. A bolsa do CNPq terá duração inicial de 2 anos, com possibilidade de renovação até atingir 5 anos. O valor da bolsa situa-se em torno de R$3.300,00 mensais + recursos para a realização da pesquisa no total de R$ 34.909,00.


Comitê gestor do Fundo Clima é instalado em Brasília

Sessenta dias após a assinatura do decreto que regulamenta a lei de criação do Fundo Nacional de Mudança do Clima, foi instalado nesta segunda-feira (20/12), em Brasília, o comitê gestor que será responsável pela administração e deliberação de investimentos prioritários e aplicação e divisão dos recursos. O fundo vai liberar verbas para ações de mitigação e adaptação dos fenômenos decorrentes das mudanças climáticas no país. Para o orçamento de 2011, estão previstos recursos de R$ 233 milhões.

Presente ao evento, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse que o Fundo Clima tem um papel importante, pois é um dos principais instrumentos da Política Nacional de Mudanças Climáticas, e que as decisões do colegiado devem ser tomadas com embasamento técnico.


sábado, 18 de dezembro de 2010

Câmera digital em balão meteorológico captou imagem da estratosfera

Após ler a notícia sobre o astrônomo amador americano Colin Rich, que conseguiu fotografar a estratosfera terrestre utilizando equipamentos digitais e um balão meteorológico, o brasileiro Marcos Altran resolveu criar o seu próprio experimento. Ao enviar três câmeras para o espaço no dia 15 de novembro deste ano, ele obteve cerca de 650 imagens, além de dois vídeos com uma hora de duração cada.

"Eu me interessei muito pelo que ele (o americano) fez", conta o técnico bioquímico de 44 anos que mora em Paulínia (SP), município localizado a cerca de 120 km da capital paulista. Decidido a fazer o mesmo, Marcos comprou pela internet um balão meteorológico de uma loja americana especializada em espaçomodelismo. "Para esse experimento utilizei o KCL-1200, que tem capacidade de elevar até 1 kg de carga para a estratosfera", diz.

Para que o balão atingisse a atitude desejada antes de explodir, Marcos calculou que deveria utilizar 3 m³ de gás hélio. "Gastei 1,2 m³ para elevar o balão, 0,80 m³ para elevar a carga (cápsula, paraquedas e cordas) e mais 1 m³ para promover a aceleração vertical necessária", explica. Ele conta que o balão chegou a atingir a altura máxima de 30 mil metros, "a fronteira do que é conhecido como espaço próximo".


Combate ao aquecimento global avançou, mas ainda tem muito a fazer

Durante a tarde da sexta-feira dia 10 de dezembro em Cancún, no México, a atmosfera era de desânimo. Último dia da 16ª Conferência das Partes sobre mudanças do clima, a COP-16, tudo levava a crer que não seria possível um acordo, sobretudo devido à resistência da Bolívia e da Venezuela. O jogo começou a virar às 18 horas, quando a chanceler mexicana Patricia Espinosa, presidente da conferência, apresentou os documentos elaborados sobre o Protocolo de Kyoto e as ações de cooperação de longo prazo (LCA) e não permitiu discussões na plenária do prédio Azteca, sede de parte das reuniões. Ao adiar a sessão por duas horas para que o trabalho se desse em grupos menores, foi aplaudida por vários minutos pela maior parte dos delegados dos cerca de 190 países presentes. Um ano antes, na COP-15 em Copenhague, foi nesse momento que a conferência desmoronou em discordâncias incendiadas. “Nos 11 anos em que venho participando das negociações ligadas ao clima, nunca tinha visto um apoio em massa como a mexicana teve”, diz a estatística Thelma Krug, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Foi o sinal para uma mudança de ânimos e para um esforço final de trabalho no texto que seria aprovado – ainda sem o aval da Bolívia – cerca de 10 horas depois.


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

100 lugares para lembrar antes que eles desapareçam

É apostando no poder das imagens que o movimento ‘100 lugares para lembrar antes que eles desapareçam’ pretende mobilizar as pessoas ao redor do mundo para lutar contra o aquecimento global. Baseados em estudos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão vinculado à ONU, alguns dos melhores fotógrafos do mundo tiraram fotos de locais maravilhosos que estão ameaçados de desaparecer com o aumento da temperatura na Terra.
As fotografias fazem agora parte de livros, calendários e pôsteres, além de serem expostas  em diversos eventos ao redor do mundo. A iniciativa, levada a cabo pela companhia Co+ group, também conta com slots produzidos para a TV e o apoio de celebridades, como a musa soul Joss Stone.
Entre os lugares retratados, aparecem dois cenários brasileiros: Recife e a floresta Amazônica. Para conferir todas as fotos, você pode clicar aqui.
Selecionei uma foto de cada continente para vocês terem um gostinho do que todos nós podemos estar perdendo:
Monte Kilimanjaro, Tanzânia (África)

Concurso para Agencia Pernambucana de águas e clima - APAC

Saiu o edital para a APAC, com vagas para geógrafos e meteorologistas.
Salário inicial de R$ 2.700.00

Mais informações em
http://www.pciconcursos.com.br/concurso/apac-agencia-pernambucana-de-aguas-e-clima-pe-93-vagas

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Fotógrafo registra intensificação da aurora boreal

A aurora boreal, fenômeno luminoso que ocorre no polo Norte geralmente na época dos equinócios, está se intensificando desde 2007 e deve atingir o ápice de luminosidade em 2012, segundo a Nasa.
O fenômeno é causado pelos ventos solares que carregam um fluxo contínuo de partículas elétricas liberadas pelas explosões que ocorrem na superfície do Sol. Quando estas partículas atingem os campos magnéticos da Terra algumas ficam retidas provocando a luminosidade intensa pela liberação de energia ocorrida com a colisão destas partículas com as moléculas e átomos presentes na atmosfera.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Centro Mário Lacerda

No dia 10/12, às 11h, a Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundaj estará inaugurando o Centro Integrado de Estudo Georreferenciados para a Pesquisa Social Mário Lacerda de Melo. O Centro foi reformado e adaptado com recursos da Finerp/MCT e equipado com recursos da Fundaj.

Numa casa com cerca de 300 m² disporá de Recepção, Sala de Exposições, Auditório, Mapoteca, Sala de Reuniões, Copa, Coordenação e Laboratório de Cartografia Social. A casa fica na Rua Itatiaia, 63, em Apipucos, mas a entrada será feita, exclusivamente, pela Rua Dois irmãos, 92, campus Apipucos da Fundaj.

Tem como missão contribuir para a Pesquisa Social nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil, incorporando as novas Tecnologias de Geoinformação às pesquisas, estudos, formação e demais aplicações da Fundaj, em suas diversas áreas de interesse e, em especial, àqueles pertinentes a Diretoria de Pesquisas Sociais.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Nuvens aumentarão o aquecimento global

Uma das grandes incertezas a respeito das mudanças climáticas globais está nas nuvens. Como elas reagirão ao aquecimento do planeta – e com que consequências – é algo que tem intrigado os cientistas. De um lado, estudos apontam que o aquecimento irá alterar as nuvens de forma a contrabalançar os efeitos dos gases estufa. De outro, pesquisas indicam que as mudanças nas nuvens aumentarão o aquecimento. Um novo trabalho, publicado nesta sexta-feira na revista Science, reforça o lado negativo. Segundo o estudo, em escala global as nuvens, atualmente, influenciam o clima de tal modo que resulta na diminuição da temperatura na superfície do planeta. Mas elas perderão parte dessa capacidade de resfriamento. Justamente por culpa dos gases estufa.
Andrew Dessler, da Texas A&M University, nos Estados Unidos, analisou dados colhidos nos últimos dez anos por satélites dos padrões climáticos recorrentes El Niño (que causa aquecimento) e La Niña (que causa resfriamento).


O que fazer com nossas cidades?

No momento em que estas linhas são escritas, continuam em Cancún, no México, as discussões no âmbito da Convenção do Clima, com escassas possibilidades de que até hoje à noite ou a madrugada de amanhã se consiga chegar a algum acordo sobre redução de emissões de poluentes obrigatório para todos os países - como já se comentou neste espaço na semana passada. Mas sucedem-se ali as discussões, até entre os que acreditam que novas tecnologias poderão conduzir às grandes soluções para o drama das mudanças climáticas e os que lembram que não se conseguirá caminhar por aí sem equacionar também o problema das desigualdades no consumo no mundo, com os países industrializados (menos de 20% da população mundial) respondendo por quase 80% do consumo de recursos e com um gasto per capita de energia muitas vezes superior ao dos países mais pobres. Sem falar, ainda, na questão da fome, que continua a afligir quase 1 bilhão de pessoas.

Mais um ângulo da discussão foi acentuado em Cancún por um relatório do Banco Mundial (Estado, 5/12), lembrando que as áreas urbanas do mundo, já com mais de 50% da população total, emitem dois terços dos gases e são a causa mais importante do agravamento das mudanças climáticas - o que sugere que não haverá solução adequada sem provê-las de energia "limpa" e renovável. "Precisamos de cidades mais verdes", diz o documento, repetindo o mote de mais de mil prefeitos num compromisso assinado em 2008 e não cumprido.


Brasil é o primeiro a estabelecer plano de redução de CO2 em Cancún

Em discurso na 16ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-16), nesta quinta-feira (9), em Cancún, no México, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou a assinatura do decreto que estabelece planos para redução das emissões de gases do efeito estufa em um cenário de longo prazo.

O decreto, afirmou a ministra, foi assinado nesta quinta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e inclui 12 planos para redução de emissões em vários setores da economia, que devem ser colocados em prática até o final do ano que vem.

Pouco antes de fazer seu discurso, a ministra comemorou a assinatura do documento. “O Brasil será o primeiro país a apresentar um cenário de redução de emissões no planeta, (um cenário) concreto, de longo prazo. O que mostra que a gente vem aqui negociar com uma ação feita, não é blablabla. A gente está negociando, exigindo coisas, mas está fazendo nacionalmente, tem muita gente que vem negociar aqui, e fala, fala, fala, mas não realiza.”


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Concurso Prof. Adjunto UFS - Geografia

Estão abertas inscrições para o processo seletivo para o provimento de uma vaga para Professor Adjunto em Geografia da UFS.

requisitos:
Ter licenciatura plena e doutorado em Geografia;
Componente de ensino Geografia Física;
Disciplinas: Climatologia Sistemática, Climatologia Aplicada, Geomorfologia Estrutural, Geomorfologia Costeira, Geomorfologia Fluvial e Hidrografia, Geologia Geral, Tópicos Especiais em Geologia, Biogeografia, Análise e Gestão de Bacias Hidrográficas, Erosão e Conservação dos Solos.
O edital pode ser visualizado pelo site:

http://200.17.141.11/site/grh//files/Edital_26_2010_Docente_BEQ_.pdf


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Brasil, o mais eficiente no combate ao aquecimento global

O Brasil foi o país que mais pontuou no ranking de performance sobre mudanças climáticas elaborado pelas redes Climate Action Network e Germanwatch. O ranking "Índice de Performance em Mudança Climática 2011" foi elaborado por 190 especialistas e avaliou o setor de energia de 57 países, que juntos respondem por 90% das emissões de CO2. No estudo foram consideradas a quantidade de CO2 por unidade de energia, o nível de emissões e políticas nacionais adotadas internamente. O Brasil ocupou a 4ª posição no ranking, mas foi o que mais obteve pontos (70,5), já que entre as nações analisadas nenhuma acumulou pontos suficientes para ocupar os três primeiros lugares. Seguido por Suécia e Noruega, o Brasil foi considerado "líder relativo" em performance sobre mudanças climáticas. O estudo ressalva, no entanto, que nenhum país está fazendo o suficiente para prevenir impactos climáticos perigosos.

O diretor de Política Climática do Greenpeace Internacional, Wendel Trio, reconheceu os esforços que o Brasil tem feito para reduzir suas emissões.


Tornado filmado pela primeira vez em Uberlândia-MG!


Vaga para meteorologista – Delta Energia o

 A Delta Energia está em busca de um meteorologista para seu quadro de funcionários.Para se candidatar é necessário ter experiência mínima de dois anos em climatologia e aplicação de Meteorologia em hidrologia. Veja abaixo os detalhes da vaga e informações para envio de currículos.

Cidade: São Paulo
Vaga: Meteorologista com experiência em climatologia e aplicação de Meteorologia em hidrologia
Cargo: Analista
Experiência Mínima: 2 anos
Função: Monitoramento de chuvas revertendo para vazão nas bacias do Brasil, Previsão de Tempo e Clima, Execução de Modelos Matemáticos na Área de Energia, Elaboração de Relatórios, dentre outras funções.
Salário Anual : R$ 54.600,00 anual


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O clima e a mortalidade em 2010

CANCÚN - Desastres climáticos registrados nos primeiros nove meses deste ano foram responsáveis por 21 mil mortes - o dobro do número confirmado no mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela organização humanitária Oxfam. O relatório cita as enchentes no Paquistão, as ondas de calor na Rússia e a elevação do nível do mar em Tuvalu, como exemplos das letais consequências das mudanças climáticas. E o futuro não é nada promissor: um outro estudo revela que em 50 anos, o mundo estará 4 graus Celsius mais quente, o que vai impor severas alterações climáticas.

Os dados foram divulgados ontem, dia de abertura da 16 Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-16), em Cancún, no México. A cerimônia de abertura foi marcada por discursos para forçar um novo engajamento dos países em torno de um acordo para conter o aquecimento global. A secretária-executiva da convenção, Christiana Figueres, chegou a apelar para os deuses, pedindo que a deusa maia da Lua, Ixchel, inspire os negociadores dos 194 países que participam do evento.

- Bem-vindos à terra da deusa maia da Lua, Ixchel, que também era deusa da razão, da criatividade e da liderança - afirmou ela. - Que ela inspire a todos vocês, porque hoje (ontem) vocês estão reunidos aqui em Cancún para chegar a uma sólida resposta às mudanças climáticas, usando razão e criatividade. Estou convencida de que daqui a 20 anos vamos admirar a tapeçaria que nos tecemos juntos e lembrar com carinho de Cancún e da inspiração da deusa Ixchel.

Segundo o documento da Oxfam, as enchentes no Paquistão inundaram um quinto do país, matando 2 mil pessoas e afetando 20 milhões em razão da destruição de casas, escolas, rodovias e cultivos e da ação de doenças. Um prejuízo estimado em US$ 9,7 bilhões.

Na Rússia, as temperaturas excederam a média de julho e agosto em 7,8 graus Celsius, o que fez a taxa diária de óbitos em Moscou dobrar, alcançando 700. Pelo menos 26 mil focos de incêndio destruíram um quarto das plantações de trigo, gerando um problema nas exportações. Os moradores da nação insular Tuvalu, no Pacífico, onde a elevação do nível do mar é de 5 a 6 milímetros ao ano, enfrentam cada vez mais dificuldades para manter cultivos, uma vez que a água salobra está invadindo as plantações.

E o futuro será muito pior, como apontam dados climáticos. As crianças de hoje vão alcançar a velhice num mundo 4 graus Celsius mais quente, onde certezas climáticas que valeram para os últimos dez mil anos não serão mais referência. Secas, enchentes e migrações em massa serão parte da vida diária já a partir de 2060. Será provavelmente a década a partir da qual, pela primeira vez desde o fim da Idade do Gelo, a Humanidade terá que lidar com um clima global instável e imprevisível. As previsões fazem parte de uma série de estudos científicos publicados ontem sobre o mundo 4 graus Celsius mais quente.

As negociações em Cancún ainda giram em torno de tentar manter a elevação das temperaturas em, no máximo, 2 graus Celsius. Segundo muitos cientistas, no entanto, as atuais tendências revelam que um aumento de 3 a 4 graus é "muito mais provável".

A maior preocupação é que uma elevação de 4 graus Celsius na temperatura média global - uma diferença tão grande quanto a que separa o clima atual daquele registrado na última Idade do Gelo - geraria transformações dramáticas do mundo, levando a secas, colapso da agricultura em regiões semiáridas e a um catastrófico aumento do nível do mar em áreas costeiras.

O anfitrião da COP-16, o presidente mexicano Felipe Calderon, fez um apelo para que os negociadores cheguem a um acordo para mudar os rumos da crise climática. Ele disse que as futuras gerações irão cobrar, caso eles falhem em alcançar um resultado.

- Será uma tragédia que nossa incapacidade nos leve a falhar - afirmou, citando que em seu país só este ano 60 pessoas morreram por desastres causados pelo aquecimento da Terra.