quinta-feira, 9 de junho de 2011

H2O – O principal gás de efeito estufa

PRINCIPAIS GASES-ESTUFA DA ATMOSFERA

1 Vapor d’água

Segundo TUBELIS & NASCIMENTO (1986), as fontes naturais do vapor d’água são as superfícies de água, gelo e neve, a superfície do solo, as superfícies vegetais e animais. A passagem para a fase de vapor é realizada pelos processos físicos de evaporação e sublimação, e pela transpiração.
Segundo OMETTO (1981), o vapor d’água é um dos dos constituintes variáveis do ar atmosférico, chegando a ter até 4% em volume. TUBELIS & NASCIMENTO (1986), citam que este volume e extremamente variável e que esta variabilidade provém da extrema facilidade com que consegue mudar de fase, nas condições atmosféricas reinantes. Essas mudanças de fase são acompanhadas por liberação ou absorção de calor latente, que associadas com o transporte de vapor d’água pela circulação atmosférica, atuam na distribuição do calor sobre o globo terrestre.
Por apresentar estas características o vapor d’água é considerado o mais importante gás-estufa, além disso, com a ação do efeito estufa a atmosfera se tornará mais quente contendo uma quantidade maior de vapor d’água em decorrência de índices mais altos de evaporação.

2 Dióxido de Carbono (CO2 )

As principais reservas de carbono da natureza são a biota, o solo e os oceanos. A biota que consiste em toda vida sobre a superfície da Terra, dominada em termos de volume, pela vida vegetal, absorve cerca de 102 Gt (Gigatonelada = 1 bilhão de toneladas), de carbono por ano do CO2 liberado durante a fotossíntese, isto representa cerca de 14% do teor total de CO2 da atmosfera. Em contrapartida a biota devolve anualmente cerca de 30 Gt de carbono à atmosfera. A decomposição bacteriana de matéria vegetal morta, acrescenta mais 50 Gt de carbono ao CO2 devolvido à atmosfera. Há portanto certo equilíbrio no carbono trocado entre a biota terrrestre e a atmosfera, sendo retidas por ano talvez 2 Gt de carbono na biota terrestre.
Nos oceanos o CO2, também é absorvido da atmosfera, em decorrência de processos tanto químicos como biológicos. O dióxido de carbono é recebido em solução sob a forma de íons de bicarbonato de, enquanto os fitoplânctons são sorvedores de dióxido de carbono em decorrência da fotossíntese. Um total de 92 Gt de carbono por ano é absorvido da atmosfera desta maneira. Das águas superficiais, perto de 90 Gt de carbono são devolvidas à atmosfera a cada ano. Por processos físicos e biológicos: liberação de dióxido de carbono diretamente das águas marinhas por difusão em decorrência da respiração dos fitoplânctons, ficando cerca de 2 Gt retidas anualmente nos oceanos.
Sendo assim, sem interferência humana, o carbono na natureza estaria em equilíbrio, sendo que o excedente de carbono que fica armazenado voltaria a natureza pela ação dos vulcões. Entretanto a ação do homem, desequilibra este ciclo, desde a revolução industrial.
A queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), gera anualmente mais de 5,7 Gt de carbono na atmosfera, a estas devem ser acrescidas mais 2 Gt, provenientes da queima e derrubada de florestas. Este carbono mais o captado pelos oceanos e pela biota, resultam em um aumento líquido de 3 Gt de carbono por ano na atmosfera. Em outras palavras, desde 1860 os seres humanos lançaram cerca de 175 Gt de carbono na atmosfera.
Extrapolando estes números para 200 anos, a contar do início da era industrial, o homem poderá lançar mais carbono na atmosfera do que já existe atualmente na massa total de seres vivos do planeta. Além disso, devem ser consideradas as reservas de petróleo e carvão que se foram totalmente exploradas pelo homem aumentaram em 2.000 Gt o carbono da atmosfera, mais do triplo do que existe atualmente na atmosfera.
Quanto aos efeitos disto sobre a temperatura da Terra é impossível precisar o que acontecerá, pois deve ser considerado que além dos combustíveis fósseis existem as retroalimetanções para o sistema climático.

3 Metano (CH4)
O metano é o segundo gás-estufa em importância, produzido durante a decomposição anaeróbica. As principais fontes de metano são arrozais, pântanos, animais domésticos ou não, cupins, gás natural e outros meios anaeróbicos. A taxa de metano na atmosfera aumenta 1% ao não, sendo pouco conhecidas as causas deste aumento. Algumas delas podem ser o aumento dos rebanhos domésticos, a expansão de cultura de arroz e principalmente os vazamentos de gás natural ou aterros. A permanência do metano na atmosfera e pequena (menos de 10 anos), sendo consumido na atmosfera e em menor escala no solo. O metano tem um potencial de aquecimento global de 63 num período de 20 anos, ou seja, 1 Kg de metano nesse período produzirá 63 vezes o aquecimento global de 1 Kg de dióxido de carbono, portanto o metano e 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono.

4 Óxido Nitroso

Como gás-estufa o óxido nitroso é ainda mais potente que o metano, e sua eficácia é cerca de 230 vezes superior à do CO2. O óxido nitroso é produzido nos solos, acredita-se virem dos solos 90% das emissões de N2O. É grande a possibilidade de o N2O concorrer para o aquecimento global, por ser um absorvente eficaz de radiação infravermelha e permanecer muito tempo na atmosfera. O principal meio de dissipação deste óxido é a luz ultra violeta estratosférica, que o destroi, porém essa dissipação e bastante lenta podendo demorar até 150 anos. De maneira geral pouco se sabe sobre a quantidade real de N2O que existe e quais seriam seus efeitos sobre o aquecimento do planeta.

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