quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O aumento do gelo sobre a Antártica - o fim do aquecimento global?

Um grupo de pesquisadores publicaram na Revista Science, 30, edição de Novembro de 2012 um artigo com título Uma estimativa reconciliadora do balanço de massa da camada de gelo (Artigo completo - clique aqui).
Os autores combinaram dados altimétricos, interferometria, gravimetria derivados de satélite para regiões geográficas comuns, em determinados intervalos de tempo, e modelos de balanço de massa superficial e ajuste isostático glacial para estimar o balanco de massa das camadas de gelo polar da Terra.
Os resultados mostraram que entre 1992 e 2011 as geleiras da Groenlândia perderam, em média, 152 bilhões de toneladas de gelo por ano. Enquanto que na Antártica ocorreu o derretimento de 71 bilhões de toneladas por ano. Este derretimento seria responsável por aumento de 11,1 milímetros no nível do mar desde 1992. De acordo com a Figura 1 abaixo notamos que a contribuição para o aumento é muito mais evidente com o derretimento da Groenlândia do que com a Antártica.

Figura 1: Contribuição da camada de gelo para o aumento global do nível do mar

Outro resultado interessante foi que a cobertura de gelo da Antártica bateu o recorde de extensão durante o inverno de 2012. Esta notícia parece ir ao contrário a teoria do Aquecimento Global.
Então, um grupo de cientistas da Nasa e da British Antarctic Survey analisaram os dados de variação do gelo no Polo Sul nas últimas duas décadas. A pesquisa foi publicada na revista Nature (texto completo - clique aqui).

Os pesquisadores concluíram que o aumento se deve a mudanças no padrão de vento no continente antártico. 
Uma mudança no padrão de vento que pode * ter sido causada pelo buraco na camada de ozônio favorece a advecção de ar frio dos extremos polos para a vizinhança, favorecendo o congelamento da superfície do mar.

De um modo geral, os autores evidenciaram que há um lento aumento da cobertura de gelo marinho sobre a região, mas algumas áreas registram perdas e outras ganhos em uma velocidade acelerada. As regiões ocidentais tem apresentado maiores perdas.


R.N. - É importante deixar claro para que este estudo não é finalizador, mas sim clarificador para novos estudos e novas teorias. A cobertura de gelo marinho no Ártico é cercada por terra, enquanto a cobertura de gelo marinho Antártico é cercada por água, então é mais fácil derreter no Ártico do que no Antártico. De fato, pode ser mais uma evidência de aquecimento global. 

R.N. - A grande dúvida é o quanto este derretimento se deve ao aquecimento global antrópico e ao aquecimento global produzido pelas oscilações climáticas multidecadais (para não falar de outras escalas temporais maiores).

Estudos recentes, ainda não publicado estão indicando que a contribuição antrópica é menor, mas está acelerando a contribuição natural, algo que eu já venho comentando há algum tempo.

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* Ainda não há evidências concretas, apenas teóricas, que o efeito é causado pelo buraco da camada de ozônio.


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