segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ligação entre a seca na Austrália e Neve na Antartica [Tradução]

Foi publicado na revista Nature Geoscience um artigo de Dr Tas van Ommen  e Vin Morgan que procura relacionar a atual seca na parte sudoeste da Austrália Ocidental com as nevacas que vem ocorrendo no oeste de Antártica. Este artigo evidencia as conexões que existem em nosso sistema atmosférico. Não é de hoje que estudo e procuro conversar com meus alunos sobre estas ligações. Um exemplo claro é o famoso El Niño e por conta dele que eu procuro traduzir parte deste artigo aqui. Para mostrar que não é só ele.

O autor analisou núcleos de gelo de 750 anos de idade de Law Dome na Antártica Oriental. Os resultados mostram que quando ocorre um aumento de umidade no leste da Antártica com aumento de neve, ocorre uma diminuição de umidade no sudoeste da Austrália Ocidental (Figura 1).

Desde a década de 1960 houve um declínio de 15-20% das chuvas de inverno no sudoeste da Austrália Ocidental, e ao mesmo tempo, tem havido um aumento de 10% na queda de neve em Low Dome, indicando uma mudança nos padrões de circulação atmosférica no sul da Austrália. Os autores observaram que nas útlimas três décacas, que tem aumentado a persistência de sistemas de alta e baixa pressão nas proximidades do sul da Austrália, transportando ar mais quente e úmido do sul em direção a costa da Antártica e ar mais seco e frio durante o inverno.

Segundo os autores, este fato não parece estar na faixa de variabilidade natural, pois não observaram isto tão claramente nos núcleos de gelo em uma escala temporal tão pequana. Eles observaram que um evento com aumento de neve em Low Dome só poderia ocorrer a cada 38.000 anos sem alguma mudança nos padrões do clima, e dada a correlação com a Austrália Ocidental, o que sugere é que a seca também não é um acontecimento natural.

Por fim, os autores acreditam que a mudança no padrão do clima pode ser devido a mudanças induzidas pelo homem na atmosfera, a partir de reduções de ozônio e o aumento dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera.

Bom o que podemos esperar e que novas pesquisas tragam mais respostas a esta que pode ser uma célula de circulação  meridional extratropical ainda desconhecida (como a configuração da célula de Walker) ou de fato um novo padrão climático.
 

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