domingo, 18 de dezembro de 2011

Grande fonte de metano está perto de erupção no Ártico

Uma área que abrange mais de dois milhões de quilômetros quadrados do fundo do mar no Oceano Ártico, possui fontes gigantes de metano e estão em erupção. O derretimento da camada de gelo no fundo do mar está liberando grandes quantidades desse gás prejudicial, contribuindo para o aquecimento global. Lavrentiev, um navio russo de investigação, realizou um levantamento em 10 mil quilômetros quadrados na costa leste do

mar da Sibéria. E fez uma descoberta terrível – bolhas enormes de gás metano sobem à superfície do fundo do mar. "Encontramos mais de cem fontes, algumas mais do que um quilômetro de diâmetro," afirma o Dr. Igor Semiletov, “Estes são campos de metano a uma escala nunca antes vista. As emissões foram diretamente para a atmosfera”.

A Sibéria Oriental é uma área rica em metano, que abrange mais de dois milhões de quilômetros quadrados no Oceano Ártico. Normalmente, as bolhas do fundo do mar se transformam em dióxido de carbono antes de chegar à superfície, mas na Sibéria Oriental, por ser raso, o metano viaja diretamente para a atmosfera

Semiletov afirma ao Independent. “Esta é a primeira vez que encontramos contínuas, poderosas e imponentes estruturas de erupção, mais de mil metros de diâmetro. É incrível. Tudo isso em uma área relativamente pequena. Encontramos mais de cem, mas sobre uma área mais ampla, deve haver milhares delas”.

Os cientistas estimam que o metano preso sob a plataforma de gelo pode causar mudanças climáticas mais rápidas do que pensamos. As concentrações de metano no Ártico chegam a 1,85 partes por milhão, a maior em 400 mil anos. Concentrações acima da plataforma da Sibéria Oriental são ainda maiores. A equipe usou monitores sísmicos e acústicos para detectar bolhas de metano subindo à superfície.

A plataforma no fundo do mar é rasa, com 50 metros ou menos em profundidade, o que significa que tem sido alternadamente submersa e acima da água, o que depende do nível do mar ao longo da história da Terra. Durante os períodos mais frios, a camada aumenta e não libera metano. À medida que o planeta se aquece e ocorre ascensão do nível do mar, ocorre o derretimento devido às temperaturas que variam entre 12 e 15 graus mais quentes que a temperatura média do ar.

O gás metano oxida em dióxido de carbono antes que ele atinja a superfície, em águas profundas. No caso, como na plataforma leste da Sibéria ártica, o metano não tem tempo suficiente para oxidar, o que significa que ele escapa para a atmosfera. Isso, combinado com a enorme quantidade de metano na região, poderia acrescentar uma variável, não calculada anteriormente, aos modelos climáticos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário