segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A insustentabilidade do Desenvolvimento Sustentável – COP15 e seu sucesso [Série: Mudanças Climáticas Globais]

Agora que a COP15 acabou podemos argumentar e projetar futuras ações socioambientais para a nossa e as futuras gerações.



Tenho escutado muito que a Conferência das Partes deste ano falhou. Bom, eu costumo enxergar sempre pelo lado positivo, realmente sou bem positivista. Na verdade, para mim, a reunião avançou, e avançou significativamente.



Nós devemos esperar que o capitalismo de fato busque uma compatibilidade do desenvolvimento econômico com o desenvolvimento humano e qualidade ambiental?

A definição de Desenvolvimento Sustentável (DS) na teoria é linda, mas na prática já começou errada.



Desde 1987 quando no relatório “Nosso Futuro Comum” (Brundtlando), que o termo Desenvolvimento Sustentável tem estado mais presente na sociedade atual (vale lembrar que a definição de desenvolvimento sustentável não foi originada neste relatório, mas sim adaptada chegando a conhecida atualmente). De fato, o desenvolvimento sustentável preconiza que as sociedades atendam às suas necessidades humanas em dois sentidos: aumentando o potencial de produção e assegurando a todos as mesmas oportunidades (gerações presentes e futuras), não sendo um estado de equilíbrio, mas sim:



“um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e às aspirações humanas" (WCED, 1991, p.49)



O esqueleto da Agenda 21 apregoa que DS é:



"... tipo de desenvolvimento capaz de manter o progresso humano não apenas em alguns lugares e por alguns anos, mas em todo o planeta e até um futuro longínquo. Assim, o "desenvolvimento sustentável" é um objetivo a ser alcançado não só pelas nações ‘em desenvolvimento’, mas também pelas industrializadas.



"... atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades. Ele contém dois conceitos chaves: i) o conceito de ‘necessidades’, sobretudo as necessidades essenciais dos pobres do mundo, que devem receber a máxima prioridade e: ii) "a noção das limitações que o estágio da tecnologia e da organização social impõem ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras.



"Em essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas” (Tayrá, F.2008)





Então o que deu errado na COP15?



É óbvio que não devemos esperar que os governantes de países extremamente capitalistas adotem de maneira clara e sensitiva o DS, porque eles não enxergam lucros financeiros advindos das definições acima supracitadas. De fato, a essência do capitalismo é o lucro, e o lucro acima de tudo.



Se lermos criticamente as definições acima, claramente podemos observar que elas tem contexto capitalista.



Mas o que deu certo então?



Bom, se não devemos esperar dos governantes, então comecemos a agir como sociedade que se preocupa com a Sociedade. Grandes mobilizações que implicam em mudanças significativas na sociedade têm suas gêneses na própria sociedade, daí o nome Movimentos Sociais.



Precisamos cada vez mais nos mobilizar para que a essência capitalista enxergue que se os serviços oferecidos não atenderem as nossas vontades iremos procurar outro fornecedor. Então iremos revidá-los com a própria moeda. Estamos dando a “César o que é de César”.



Vamos valorizar os produtos ambientalmente corretos, vamos priorizá-los na aquisição dos mesmos, vamos mostrar as empresas que não se preocupam com o meio ambiente que elas podem perder dinheiro (clientes) se não aderirem o lucro não virá.



Então para a COP15 dar certo, vamos nos mobilizar socialmente cada vez mais. Façam cada qual a sua parte.


Nenhum comentário:

Postar um comentário