quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Os caminhos da pesquisa em climatologia para a nova década

Recentemente estive lendo o artigo científico “O estado da arte da produção científica brasileira em climatologia no início do século XXI” dos autores Larrissa Sousa da Silva, Magda Luzimar de Abreu e André Augusto Salgado, graduanda e professores doutores, respectivamente, do Departamento de Geografia da UFMG. O artigo foi publicado nos Anais do último Congresso Brasileiro de Meteorologia.

Um dos resultados que mais me chamou a atenção foi a quantidade de artigos publicados de 2001 a 2005 na área de climatologia urbana. Já imaginava que esta área seria a que teria mais artigos, mas não imaginava tantos. Sem dúvida é a área que mais produz e a que mais cresce no Brasil.

Observem na tabela 1 (da Silva et al, 2010) abaixo a disparidade entre as áreas. Outro ponto importante na análise e que merece comentário é que em 2002 e 2004 foram os anos com maior produção na área de climatologia, justamente nos anos em que ocorreram os congressos nacionais de meteorologia. Tudo bem que os autores analisaram apenas três eventos, mas o trabalho tem seus méritos, principalmente por mostrarem tendências, ou caminhos, para a climatologia brasileira.

 

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Fica a sugestão para outros trabalhos analisarem o Simposío Brasileiro de Climatologia Geográfica e também o Congresso Brasileiro de Agrometeorologia.

Os centros de pesquisa que mais produziram artigos científicos foram USP, UFPA e UFAL, conforme pode ser observado na figura abaixo (Figura 7 – da Silva et al, 2010).

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“O resultado geral apresenta a USP como maior produtora, com 95 trabalhos, o que corresponde a 14% do total publicado nos anais investigado (Figura 7). Em seguida estão a Universidade Federal do Pará - UFPA, com 49 trabalhos e a Universidade Federal de Alagoas - UFAL, com 48 trabalhos – cerca de 7% do total em cada uma dessas instituições. A UNESP apresentou 45 trabalhos - 6,7 % - e a Universidade Federal de Pelotas - UFPEL, no Rio Grande do Sul e a Universidade Federal da Paraíba -UFPB, produziram cada uma 42 trabalhos, o que corresponde a 6,2%. Por fim, o Centro de Previsão deTempo e Estudos Climáticos (CPTEC-INPE) apresentou 39 trabalhos - percentual de quase 6%.” (da Silva et al, 2010).

Interessante observar que a UFPE não teve participação nos anos investigados.

Bom, fiquei surpreso mesmo pela pequena quantidade de artigos relacionados a Mudanças climáticas. Aqui na UFPE deveremos estar trabalhando fortemente nestes próximos 4 anos nesta área, fazendo simulações com modelos computacionais, estudando tendências e analisandos impactos e vunerabilidades ao longo de Pernambuco e alguns estados vizinhos, e em biomas especificos da região Nordeste. Mas também tenho que destacar os trabalhos de clima urbano e riscos morfoclimáticos, bem como de climatologia agrícola e clima e recursos hídricos que já estamos fazendo. Também aposto na climatologia e sensoriamento remoto, principalmente no subsidio de informações.

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