domingo, 14 de março de 2010

O segundo ciclone tropical no Atlântico Sul da era dos Satélites [Série Eventos Extremos]

Durante os dias 09 e 10 de 2010 foi registrada a ocorrência de uma rara tempestade tropical na costa gaúcha e catarinense.
Todos devem se lembrar do Furacão Catarina que ocorreu em 2004 no litoral catarinense e que foi responsável por grandes danos a sociedade local e por modificações nos livros de geografia e climatologia que afirmavam: ciclones tropicais não são formados/encontrados no Atlântico Sul.

Na época a relação com o aquecimento global foi inevitável, e grandes pesquisadores disseram que a ocorrência deste tipo de fenômeno meteorológico poderia se tornar mais frequente. Pois bem, no dia 09 de março de 2010 foi observada a formação de uma tempestade tropical nestas regiões. Por pouco não foi classificado como furacão, pois a velocidade do vento não atingiu 65 nós e em termos de escala Dvorak, atingiu 2,5 quando para furacão seria necessário 4.0.


O mapa mundial dos ciclones tropicais divulgado em tempo real pela NASA, a agência espacial norte-americana, mostrava duas tempestades tropicais no Hemisfério Sul, Hubert em Madagascar, no Índico, e o ciclone sem nome, no Atlântico, na costa do Rio Grande do Sul.O símbolo que você no mapa e acompanha o título desta análise é o usado na identificação de tempestades tropicais, mas com circulação inversa em sentido nos hemisférios dos ciclones. Quando há um furacão, o ícone é o mesmo, mas com o fundo preenchido. A tempestade tropical que está na costa gaúcha segue o seu deslocamento para Leste, distanciando-se do continente, mas ganhou força nas últimas 12 horas.(Fonte Metsul Meteorologia)

Mas, o que diferencia um ciclone tropical de um extratopical?
Ciclones extratropicais ocorrem naquela região durante praticamente todo o ano, resultando nas conhecidas frentes frias. A diferença entre os dois é que o centro de baixa pressão em sua estrutura vertical é quente no tropical e frio no extratropical. O evento foi acompanhado de perto por centros meteorológicos regionais, empresas de meteorologia da região e centros internacionais de meteorologia. No dia 11, o ciclone tropical passou a categoria extratropical, ou seja, a temperatura diminuiu.


Os centros meteorológicos regionais e as empresas de Meteorologia do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, em conjunto, decidiram batizar a rara tempestade tropical que se formou na costa da região entre os dias 9 e 10 de março, classificada pela Meteorologia dos Estados Unidos sob o código 90Q, com o nome Anita, em alusão à figura de Anita Garibaldi. A escolha de um nome feminino levou em conta a formação do ciclone após o Dia Internacional da Mulher e foi determinada a partir de personagem que pudesse representar as histórias do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, os dois estados afetados pela tempestade. Nascida na cidade catarinense de Laguna, Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, que entrou para a história como Anita Garibaldi, morreu jovem na Itália em agosto de 1849. Conhecida como a heroína dos dois mundo, teve ativa participação durante a Revolução Farroupilha e na República Juliana, sendo recordada até hoje pela coragem e bravura.
O Atlântico Sul, por ser uma região do planeta onde ciclones tropicais são muito raros, não possui um centro meteorológico de área escolhido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) que promova o acompanhamento regular e a previsão deste tipo de fenômeno, quando eles ocorrem. Inexistindo centro meteorológico de área encarregado dos prognósticos para este tipo de tempestades, também não há uma lista de nomes nem tampouco uma instituição previamente encarregada da escolha dos nomes e a respectiva designação dos ciclones tropicais. Entendendo que para menções e estudos futuros, e, principalmente, a fim de facilitar a comunicação com o público, a escolha de um nome localmente conhecido para a rara tempestade mostra-se mais adequada que a utilização de um código numérico gerado no exterior (Fonte: MetSul). 



Fica a pergunta? Apesar de raros, estão mais frequentes? Será o aquecimento global?

Bom, de fato as temperaturas sobre o Atlâtico Sul e próximo ao equador no Norte estão elevadas, e isto pode sugerir que teremos um ano de muitos furacões no H.N. Observem próximo a costa do continente Africano as TSM's
 As imagens foram copiadas do site da Metsul

Nenhum comentário:

Postar um comentário